Leia e vá recordando como era a rádio difusora

“Dorme tranquilo, oh Vale do Paranapanema”! A voz, tenorizada de Pedro José de Camargo ecoava em toda a região, num alento de esperança vigoroso a este quadrante do Estado, encerrando as transmissões da sua PRD-9 – Difusora de Itapetininga. Diariamente e precisamente às 22 horas, a locutor e jornalista Pedro Camargo, após sua crônica, colocava um ponto final às atividades do dia, enunciando a frase que se tornou marca registrada da emissora durante dezenas de anos.
Pedro José de Camargo, Valdemar Bergarman, José Prado Silveira, Paulo Guarnieri de Lara, Ademar Santana, Leonor Silveira, Hélio Araújo… logo depois, Arruda Neto, lbraim José, Célio Simões, Carlos Araújo, Frederico Simões – também técnico de som junto com Humberto Franci –, Mopir Válio, Cicero Pelegrini, Rui de Moura, Aparecida Mendes, Darei Pereira de Moraes… nomes de envergadura e talento que, futuramente, iriam brilhar na radiofonia paulista, davam o toque especial à locução comercial, ao rádio jornalismo e às apresentações de programas ao vivo levados a efeito no auditório da antiga sede, na rua Quintino Bocaiúva.
Nelli de Camargo, Valdir Paca, Bruno Pucci – também locutor – Vasco da Costa Filho. João Simões, Ferreira Neto e sua esposa, Celso Araújo e sua esposa Geralda, Adalgisa Scot, Everaldo Muller, Maria e Odete de Souza, Toninho do Carmo, Celeste Abib, Cida Fagnani e Júlio Pucci, que pontificavam como astros de primeira grandeza no sublime programa de rádio teatro “Cortina de Veludo”, tão bem dirigido e apresentado por Celso Araújo, coadjuvado por Ayres de Souza e Humberto Pellegrine, Um dos maiores ibopes da época e que era letrado ao ar semanalmente pelas ondas hertzianas da PRD-9. Um rádio teatro que ficou na saudade e que toda a população ouvia atenta e contritamente os dramas, considerados de alto valor artístico e cultural, semelhantes aos apresentados pelas rádios Tupi de São Paulo e Nacional do Rio de Janeiro.
Tereza “a voz do morro”, seu irmão Adinaldo, Orlando Scott – considerado o Orlando Silva de Itapetininga –, Jorge Ravacci Vistorazzo, Ramulfo Almeida, Orlando Rossi, Guedes – o imitador de Jorge Veiga –, João Barreto, Paulo Mendes e, depois, Almir Ribeiro, Osvaldo Lara, Zizinha Gurgel compondo o elenco de cantores da emissora que proporcionara verdadeiro lazer e alegria, encantando a cidade.
Programas musicais tinham como retaguarda os regionais de Rubião, Dodô, Expedito, Pires ou de Nenê Bucheiro, enquanto as orquestras dirigidas pelos maestros Benedito Pompeu de Jesus e Caetano lanaconi davam suporte aos grandes musicais. Tanto que, na época, acompanharam Tito Nadi, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Isaura Garcia, Hebe Camargo, Nelson Gonçalves, Linda Rodrigues e tantos outros que ali se exibiram. Periodicamente, havia ainda à apresentação de gala da Orquestra Sinfônica dirigida pelo maestro Durvalino Costa e Silva, deleitando o auditório e ouvintes mais exigentes com melodias clássicas dos mais notáveis autores.
Programas que lotavam, literalmente, o auditório como os de calouros e os infantis, apresentados pelo eclético Hélio Araújo. “A Hora do Estudante” supervisionado pelo professor de latim José Ferreira Carrato e, eventualmente, por Paulo Ozi que fazia, com sucesso, o programa “Uma Voz e um Violão”, acompanhado por Nadem Isaac ou Paulo do DER. O super programa de Nhô Bentico, uma antologia de nossa raiz que contava com a participação de Bernarde Sampaio, Nhá Tuca e Bruno Pucci que, com sua voz semelhante ao legendário Carlos Frias tonitruava ao microfone o patriótico programa “Liga da Defesa Nacional” por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Muitas das notícias eram obtidas pelo rádio de ondas curtas de Tuffy Assayd, que passava as madrugadas ouvindo a BBC de Londres.
O ESPORTE COM VEZ – O esporte, dentro da grade variada de programação da Difusora, sempre foi uma das prioridades, tanto que as famosas Olimpíadas Estudantis eram transmitidas por Arruda Neto, Sérgio Teixeira – filho do médico Aníbal Teixeira – e por Joaquim Fabiano Alves que, aliás, sempre irradiavam os jogos de futebol da cidade, continuadores de Murilo Antunes Alves, o primeiro a narrar uma partida em ltapetininga e pela mesma emissora sediada em Sorocaba.
Posteriormente, vieram Francisco Alves Vei e Carlos José de Oliveira, competentes jornalistas que, além de trabalhar na área esportiva, mantinham os jornais falados do meio dia e o da noite, com a companhia inseparável de Walter Nakã. Este, um invejável locutor de voz bem postada e dicção perfeita, muito parecida a do famoso apresentador da Tupi, Berilo Neves.
Foram tantos os que brilharam e tantos os programas atraentes na emissora de João Simões e Bartolomeu Rossi, depois adquirida por Alcides Rossi, naquele 15 de novembro de 1941, que trouxeram total felicidade à comunidade itapetiningana, que olhava com carinho e orgulho aquele patrimônio trazido de Sorocaba e que foi, indubitavelmente, o porta-voz das reivindicações locais.
O RADIALISTA ETERNO – Em grande parte de sua existência, a Difusora contou com a inteligência comercial e desinteressada do lépido Juquinha de Lara, um grande “marqueteiro” da época, além de seu maior colaborador, Luiz Honório – o Filisbino – considerado o maior “disk–
Jeca” do sertão e que revolucionou os programas sertanejos do Brasil, dando um novo enfoque aos costumes, hábitos e cultura do homem do campo, atuando até hoje em rádio comunitária da cidade.

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