Março de 64, 50 anos na noite de segunda-feira

Há precisamente meio século, o governo de João Goulart caia sob golpe militar que empurraria o Brasil para as sombras de um longo período de sua história.

Itapetininga, na ocasião – 19-3/64 – participou do acontecimento, “em passeata na rua com Deus e a família” e posteriormente, em palanque erguido em frente à Prefeitura n Largo dos Amores. Entre os diversos oradores, destaca se o então deputado Ciro Albuquerque, sob a condução de Murilo Antunes Alves. Entre os organizadores da passeata sobressaia-se a professora Maria de Lourdes Bertolli de Moraes. A frente da chefia do Executivo itapetiningano encontrava-se Joaquim Aleixo Machado.

De outro lado no atuante e eficiente Grêmio Estudantino “Fernando Prestes” aguerridos estudantes defendiam a democracia e a liberdade. A entidade, por determinação superior, posteriormente teve suas portas lacradas (o prédio virou sede do MOBRAL). Muitas pessoas, consideradas “subversivas”, foram presas, entre elas estudantes, funcionários do DER e ferroviários da então Estrada de Ferro Sorocabana, ao que consta “denunciados por simpatizarem com ideologias esquerdistas”.

Março de 64 representou o esgotamento do modelo democrático de 1945. Com o acelerado processo de modernização do País, os partidos nascidos em 1945 se mostraram incapazes de representar as demandas da sociedade, que estavam acima da capacidade de negociação, em uma análise feita pelo cientista político Leoncio Martins Rodrigues. Somando-se  a isso, as elites da época, articuladas com a grande imprensa, as forças armadas  e, como já foi descoberto, com a CIA (Inteligência Norte Americana), articularam o golpe militar. Primeiramente desqualificando o governo João Goulart, com denuncias de corrupção, ameaça à democracia, boatos de super inflação . Criticavam as reformas de base e os programas sociais do então governo Goulart. Esse discurso atraiu as classes médias urbanas mais conservadoras.

A guerra fria temperava as disputas políticas. O EUA temiam que o Brasil pudesse vir a ser uma futura Cuba, já que o governo brasileiro apresentava propostas sociais democráticas. Isso colaborou no financiamento norte americano para o golpe

O desenvolvimento do golpe

Agosto de 1961 assinala o início de um ciclo político conturbado, com a renúncia do presidente Janio Quadros e com a posse de Jango. Em Março de 64 tem-se o famoso comício da Central do Brasil, depois a “Revolta dos Marinheiros” no Rio liberado pelo Cabo Anselmo. Em 30 de março Jango faz novo discurso pré-reforma no Automóvel Club, no Rio, em reunião promovida pela Associação de Sub-Oficiais e policiais militares. Em 31 de março a movimentação de tropas de Minas para o Rio, precipita o cerco militar ao presidente Goulart, que acaba deposto em 1º de abril. Prisões e protestos ocorrem em diversas regiões do país, em consequência do golpe A sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio, é incendiada e destrói-se o acervo do Centro Popular de Cultura. Em 2 de abril Raineri Mazilli assume a presidência inteiramente. Em 10 de abril João Goulart, Janio Quadros, Luiz Carlos Prestes, Leonel Brizola e Celso Furtado estão na lista com 102 nomes cassados e a perda dos direitos políticos. São marcadas eleições indiretas em dois dias para Presidência e vice-Presidência da República, com mandatos válidos até 31/01/1966. E em 15 de abril de 1964, o Marechal Castelo Branco assume a Presidência, morto, logo depois, em acidente aéreo.  Logo em seguida entramos num dos períodos mais obscuros de nossa história. A partir de 1967 o regime endureceu ainda mais. AI-5, torturas, desaparecimentos, assassinatos.  Ninguém podia falar, pensar ou criar. A grande imprensa que apoiou o golpe também foi censurada e se arrependeu tarde demais. A classe média da marcha com Deus e a família teve seus filhos desaparecidos, presos ou silenciados e se arrependeram também. Foram 20 anos ….  Que seja nunca mais 

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