Dizia alguém, com muita propriedade “que é comum perdermos a memória”. Quase sempre percebemos que não lembramos de alguma coisa e outras vezes nem de um fato ou um episódio ocorrido em algum lugar. A realidade é que a perda de memória nos afeta, indistintamente, à medida que envelhecemos.
Esse relato vem a propósito do encontro casual com um pré-adolescente, muito educado e gentil, amigo de meu neto; os dois, enfim, colegas de escola, muito atenciosos. Inopinadamente perguntou do meu nome e, recebendo a resposta em seguida, afirmou, sem qualquer hesitação, ser bisneto do saudoso Ari de Almeida.
Veio-me então, rapidamente, à memória nitidamente a estampa dotada de grande simpatia, conhecido praticamente por toda Itapetininga, gaiato e alegre o Ari, cognominado “Codorna”. Pessoa esplêndida, de sólido caráter moral, sua preocupação estava sempre voltada para os mais necessitados, e para isso integrava uma das Conferências Vicentinas da cidade e pertencia a Irmandade N.Sra. dos Prazeres.
Único filho homem do então proprietário do famoso “Hotel Roma”, hoje Hotel Itapetininga, considerado um dos melhores da cidade, não esquecia, jamais, de fornecer almoço diariamente a dezenas de “pedintes” que se postavam na porta do estabelecimento, na rua Saldanha Marinho.
Temperamento agitado, tinha por hábito cumprimentar cordial e polidamente todas as pessoas, dirigindo-lhes gracejos saudáveis e difundindo ânimo e moral ao próximo.
Ari de Almeida, ou Ari Codorna, exerceu diversas atividades, com proficiência e probidade ímpar. Dentre seus trabalhos destacam-se: proprietários dos antigos bares “Rodovia” e “Marabá”, o primeiro tendo como sócio Olavo de Moraes Hungria. Ambos se localizavam no Largo dos Amores, com intenso movimento e grande número de fregueses. Por um determinado tempo era o responsável (cacifeiro) do jogo de carteados nos clubes “Venâncio Aires” e “Recreativo”. Excelente e profícua foi sua atuação como funcionário estadual da Saúde, onde trabalhou com os médicos Og de Lara, Pinerolli, Isaac Franco, Dr. Bastos e Mário. Teve como colegas de serviços os funcionários Laert Moraes, Cícero, Mário, Orlando e Péco Leonel, Maria Auxiliadora França Isaac.
Exímio nadador, ao lado de Paulo Mendes, Led Vieira, disputou o Torneio Bandeirantes, organizado pela Secretaria Estadual de Esportes do Estado de S. Paulo, realizado anualmente na capital paulista.
Alegre, descontraído, Ari de Almeida, casado com a professora Odete Venturelli, nutria verdadeira paixão por Itapetininga e, certa ocasião, entrou em luta corporal com um certo cidadão que “estava denegrindo a cidade de Itapetininga”.
Que não se apague da memória o semblante de Ari de Almeida e não se deixe de sentir a sua ausência, pois deve-se reconhecer o seu alto valor, pois ele ajudou a impulsionar o nosso progresso, unificando nossas forças em todos os empreendimentos a realizar. Neste ano Ari de Almeida, meu grande amigo, completaria 90 anos de idade.
Falecidos da Semana
05 DE DEZEMBRO DE 2024 THERESA DE JESUS PROENÇA DE MOURA DATA/LOCAL DO FALECIMENTO: 05/12/2024 ÀS 20:00 HS EM ITAPETININGA-SP IDADE: 83 ANOS PROFISSÃO: APOSENTADA ESTADO CIVIL: VIÚVA DO SR....