Na semana retrasada um suposto grupo de torcedores do Sport Club Corinthians Paulista invadiu um motel na capital paulista, onde acontecia uma festa com a presença de Luan, atacante do time paulista. Este jogador foi agredido pelos supostos torcedores o que o levou a uma denúncia num posto policial mais próximo. Um dos agressores levava consigo um revólver para o que desse e viesse.
Quando o fato virou notícia, todas as mídias (a impressa, a falada, a visualizada, e principalmente entre as redes esportivas), condenando o episódio em altíssimos brados, queriam um comunicado oficial do Clube esportivo do agredido, dos colegas de trabalho, do sindicato dos jogadores, dos torcedores não fanatizados, enfim, da coletividade em geral.
O atacante Luan não andava bem em seu exercício futebolístico. Foi adquirido do gaúcho Grêmio por uma vultuosa quantia, mas desde o início não correspondeu as expectativas, o que levou a comentaristas futebolísticos das rádios e televisões a uma série de (amargas) críticas negativas. A conclusão foi que como o Corinthians não andava bem em resultados no Campeonato Brasileiro de Futebol, o “Brasileirão”, e Luan foi escolhido como vítima.
Isto não pode e não deve acontecer. A mídia neste caso foi unânime. A insatisfação de torcidas contra um jogador ou clube deve acontecer nos próprios estádios através de faixas, cartazes, gritos (até vaias), mas nunca com agressões físicas ou estádios depredados.
O futebol no Brasil é uma manifestação livre, prazerosa (mesmo que o time perca!) com cantos da torcida que carregam bandeiras e usam as camisas dos seus clubes. O futebol (assim como o Carnaval) é uma grande manifestação da alma brasileira. Com as câmeras nos estádios e a transmissão televisiva mostrando os torcedores (sempre com mulheres e crianças), as brigas entre torcedores diminuíram, mas continuaram fora deles (mas isto é uma outra história).
Um comentarista da ESPN – canal especializado em esportes – comentou que tudo isso só irá parar quando fanáticos de torcidas assassinarem um craque. No caso de Luan, o próprio alarido inicial da mídia foi diminuindo consideravelmente e não sabemos bem se os agressores (todos eles) foram identificados ou pegaram prisão preventiva (até serem julgados).
O futebol, de um modo geral, movimenta milhões em cada partida e oferece emprego à muita gente. Se estas agressões continuarem, voltaremos a ver as partidas como no infeliz tempo do Coronavírus, com portões fechados. Sem nenhuma graça.
Se fato é foto…