No Antigo Roteiro Cultural da Cidade

Em tempo de ”reurbanização”, como ocorre agora, em Itapetininga, poucos e muito poucos mesmo, conheceram como eram de fato os anos 1940 – 1950 e sua movimentação cultural da cidade. Centro comercial, misturava-se com o residencial sendo que as poucas vilas ou bairros, com pequeno número de moradores se restringiam ao famoso Paquetá (hoje quase um município), Vila Santana, Chapadinha e Chapada Grande, Aparecida, Peixoto e as futuras Vilas Baltazar, Belo Horizonte, Arruda, Olho d’água etc.
Os mais abastados financeiramente residiam na chamada zona central, abrangendo as ruas Quintino Bocaiuva, Campos Sales, Avenida Peixoto Gomide, as transversais Barbosa Franco, General Carneiro estendendo-se com as paralelas Benjamin Constant, Bernardino de Campos, Silva Jardim, Dr. Lobato e Coutinho e adjacências. A vida cultural prolongava-se pelos clubes Venâncio Aires, Operário, Sociedade Italiana, Clube Comercial (na Cel. Afonso), 13 de Maio, com suas bibliotecas, saraus, bailes solenes e populares e os costumeiros festejos comemorativos.
Destacavam-se os jornais locais, editados por conta própria, como “O Município”, Tribuna Popular, Aparecida do Sul, Diário de Itapetininga , O Itapetininga, Nossa terra e Democrata. Surgiram posteriormente, ainda em circulação a “Folha” e o “Correio de Itapetininga”, em nível regional. O conjunto arquitetônico, projetado por Ramos de Azevedo e participação de Abrahão Sacco, concentrava a área de Educação e Ensino da “Peixoto Gomide”, reunia alem da Escola Normal os denominados grupos escolares, hoje Fernando Prestes e Adherbal de Paula Ferreira. A escola de formação do magistério identificava Itapetininga como a “Terra das Escolas”. Milhares de alunos de várias procedências do Brasil ilustraram seus bancos com professores de alto quilate.
Essa escola, uma das mais antigas do Estado de São Paulo, acabou de completar 120 anos de funcionamento e sua trajetória histórica encontra-se inserida em um livro escrito por atuais alunos do estabelecimento, sob a coordenação de Milton Cardoso, diretor artístico do SESI itapetiningano.
Na Campos Sales, livrarias como a de Camilo Lellis, Pacheco e Camargo, movimentavam vendas elevadas e bibliotecas eram orgulho dos clubes Venâncio Aires, Operário (depois Recreativo) e a do Grêmio Estudantino Fernando Prestes, com a “Municipal”, na Júlio Prestes, satisfaziam o desejo de leitura, não só de estudantes como de grande parcela populacional da cidade. Comum era encontrar nessas dependências professores do naipe de Fernando Rios, Graco da Silveira Santos, Tereza Carvalho, Tonico Alves ou Fabiano Alves, Eliziário Martins de Mello e Paulo Rage, sempre trocando ideias sobre literatura.
Jornais procedentes de São Paulo e Rio de Janeiro, além de contarem com centenas de assinantes na cidade, eram vendidos aproximadamente um mil exemplares nas bancas e pelo mitológico Roque Albino, com escritório de vendas na Campos Sales. Os semanários e bi-semanários de Itapetininga, combativos, informativos, opinativos e literários contavam em suas páginas com colaborações de Galvão Junior, Plínio Ribeiro, Francisco Fabiano Alves, Juca de Moraes (pai do saudoso Dr. Led), Luiz Martins (cronista do Estadão), Edgar Zillok, Plinio Cavalheiro, Batista Cepellos, Zalina Rolim, Izaura Leonel, Pedro José de Camargo, Alcino Monteiro e outros. As “pharmácias” constituíam-se em núcleo de intelectuais e pessoas gradas, debatendo e discutindo assuntos das áreas econômicas, políticas, esportivas e o cotidiano da vida. Assim eram os estabelecimentos de Waldomiro de Carvalho, Ayub Yunes, Joaquim Lara, João Camargo, Alcides Simões, Irmãos Fratelli. O São José, São Pedro, Ideal (depois Olana) eram os cinemas que funcionavam diariamente, apresentando grandes películas, com centenas de expectadores e nas áreas cênicas, os grupos teatrais, tendo como diretores Ayres de Souza, Humberto Pellegrini, Carlos Conceição ou Celso Lobo, apresentavam-se espetáculos de primeira grandeza, com nossos astros e estrelas Jair e Camilo Badin, Martinho de Moraes, Júlio Pucci, Antonio Di Conti, João Simões, Maria e Odete de Souza, Anésia Jardim, Tereza Barreto, além de outros.
Não à toa Itapetininga foi cognominada, durante vários anos como “A Atenas do Sul.”

Publicado originalmente em 2014

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