Entre as ruas Monsenhor Soares e José Bonifácio, centro de Itapetininga, considerada área nobre da cidade, ergue-se ainda imponente o tradicional e famoso “Palacete Brisola”, construído entre os anos de 1912 e 1926. Ocupando quase um quarteirão, na época, o prédio atualmente encontra-se seccionado em diversas dependências, ocupadas por estabelecimentos comerciais e o pavimento superior servindo como depósito.
Quem idealizou a edificação do Palacete, segundo registro histórico e o testemunho de familiares, foi o saudoso cidadão Salvador Brisola Neto, que construiu ainda, ao lado, um prédio em que o Governo Federal instalou a Agência de Correios de Itapetininga.
“Vadozinho”, como era conhecido, também construiu, além de muitos edifícios, um cinema, ao lado do Palacete, então denominado “Cine Ideal” (depois Olana, demolido no início dos anos 2000), onde hoje temos um estacionamento.
Além de possuir uma livraria e tipografia, Vadozinho também era estabelecido com uma das maiores panificadoras e confeitarias da região, a Padaria e Confeitaria Ideal (o mesmo nome do cinema), instalada no pavimento inferior do prédio.
O professor Antônio Antunes Alves (in memoriam) esclarecera que o “Palacete Brisola”, possui um estilo Vitoriano (referência à arquitetura inglesa do período da Rainha Vitória), do final do século XIX”. Essas construções, dizia o professor, são encontradas na cidade de São Paulo, principalmente no Bairro da Luz e Campos Elísios.
O Palacete, em seu andar superior, também foi sede de um Grêmio Estudantino, chamado Olavo Bilac, concorrente do famoso Grêmio Estudantino Fernando Prestes. No final da década de 1960, até 1980 o instalou-se no prédio a Loja Dular, ocupando os dois pavimentos, do empresário Ércio Thibes. Nos últimos anos, a troca-se de inquilino é muito frequente. Hoje funciona um bar de imigrantes coreanos.
Salvador Brisola Neto, o “Vadozinho”, apesar de seu dinamismo e espírito progressista, nunca foi lembrado pelos administradores da cidade.