No vermelho

Já algum tempo, encontrei com o itapetiningano Sérgio Lopes Ginez, dentista, residente em São Paulo. Sergio, da família Ginez daqui (que residiu por longos anos na rua Alfredo Maia). A pressa da vida fez com que conversássemos pouco. Desde encontro, lembrei-me quase que imediatamente do ano de 1954. Sérgio, eu e muitos outros, enfim nossa geração tínhamos em torno de 13 ou 14 anos de idade e estudávamos na então 2ª série ginasial (hoje, 7ª série do ensino fundamental II) no então Instituto de Educação “Peixoto Gomide”. Em virtude da idade, ainda não frequentávamos os bailes, razão pela qual, nossas vidas giravam em torno da escola, ir ao cinema, praticar algum esporte e ir (mas, nem sempre) a missa aos domingos. Aos sábados (e domingos), o cinema era a razão de nossas vidas. Além de jornais (que quase não liamos) e revistas (muito caras, para nós), a tela do cinema era a maneira pela qual víamos o mundo. Ainda não havia transmissão de televisão em Itapetininga, naquela época. Muitas vezes, assistíamos qualquer filme que passasse, torcíamos pelo “cowboy” do faroeste, o ator John Wayne, mesmo que ele matasse mil índios (os pele-vermelhas) e fosse símbolo pelo lado norte-americano da chamada “Guerra Fria” entre Estados Unidos e União Soviética, surgida após a Segunda Grande Guerra Mundial (1939 – 1945).
O cinema americano nos influenciava tanto que não tínhamos nenhum senso crítico politicamente. Para não parecer demasiadamente “americanizados” vibrávamos com Oscarito, Grande Otelo, Eliana e Cylfarney nas comédias cariocas e carnavalescas do estúdio da Atlântida. Não descolávamos nossos ouvidos da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, principalmente quando Ângela Maria, estrela em ascensão, cantava o samba-canção “Orgulho” (“hoje, não te quero mais, eu preciso de paz, já cansei de sofrer…”). Mas, o que fazíamos muito era estudar. O “Peixoto Gomide” era duríssimo, somente seria aprovado quem sabia muito. As notas mensais de cada disciplina e de cada classe eram colocadas num painel envidraçado nos corredores da Escola e o nosso grande temor, a nossa vergonha era tirar notas vermelhas (reprovadas) e todo mundo saber disso, pois o citado painel ficava à vista de todos. Eram o nosso medo. Por muito tempo relacionávamos a cor “vermelha” com “fracasso”.
Com o tempo (e longo tempo) a visão da cor vermelha, que antes nos assustava, para alguns de nós foi mudando e bem depois, tornou-se uma cor bonita, principalmente na política. Lembrava justiça social, igualdade de direitos, vida melhor, um mundo melhor e uma paz sem igual. Mesmo que outras cores, não tão brilhantes se mesclem a ela, a vermelha, esperamos que essa continue com a mesma tonalidade que com o ocorrer do tempo aprendemos a apreciar. Sinceramente.

Últimas

Falecidos da Semana

05 DE DEZEMBRO DE 2024 THERESA DE JESUS PROENÇA DE MOURA DATA/LOCAL DO FALECIMENTO: 05/12/2024 ÀS 20:00 HS EM ITAPETININGA-SP IDADE: 83 ANOS PROFISSÃO: APOSENTADA ESTADO CIVIL: VIÚVA DO SR....

Câmara aprova orçamento de quase R$ 850 milhões

Câmara aprova orçamento de quase R$ 850 milhões

Na última sessão ordinária realizada na segunda-feira, dia 2, a Câmara Municipal de Itapetininga aprovou por unanimidade o Projeto de Lei nº 128/2024, que estabelece o orçamento municipal para o...

Consumidores antecipam compras com o 13º salário

Consumidores antecipam compras com o 13º salário

Com a chegada de dezembro, o movimento nas lojas de Itapetininga começa a crescer. Consumidores estão aproveitando o pagamento do 13º salário para antecipar as compras de final de ano,...

Sindicato Rural oferece cursos para o próximo ano

Sindicato Rural oferece cursos para o próximo ano

O Sindicato Rural de Itapetininga anuncia a abertura das pré-inscrições para os cursos SENAR 2025, uma oportunidade para quem deseja aprimorar suas habilidades e impulsionar sua carreira no setor agropecuário....

Polícia Militar realiza simulação de ocorrência

Polícia Militar realiza simulação de ocorrência

Na quarta-feira, dia 4, o 22º Batalhão de Polícia Militar do Interior organizou um exercício que teve como objetivo ampliar a participação e integração das equipes em situações de alto...

Itapetininga tem média de 44 órfãos por ano

Itapetininga tem média de 44 órfãos por ano

Um levantamento inédito realizado pelos Cartórios de Registro Civil de São Paulo aponta que 44 crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos de pelo menos um de seus...

mais lidas

Assine o Jornal e tenha acesso ilimitado

a todo conteúdo e edições do jornal mais querido de Itapetininga

Bem vindo de volta!

Faça login na sua conta abaixo


Criar nova conta!

Preencha os formulários abaixo para se cadastrar

Redefinir senha

Por favor, digite seu nome de usuário ou endereço de e-mail para redefinir sua senha.