O constante rolar das águas

Além de ser um dos motivos da geografia, ele é um meio de vida para animais e vegetais, constituem, indubitavelmente, preciosas fontes de alimentos para toda humanidade.
Trata-se, como se pode concluir, dos rios que fornecem água para a irrigação e para os processos industriais, inclusive com a finalidade de gerar água pesada destinada a energia atômica. São os rios os responsáveis pelas águas, cujas homenagens às suas qualidades foram realizadas nesta semana, através da Expo-Água, iniciativa do vereador Fernando da Silva Rosa Jr. o Fernandinho.
A história registra a notabilidade e importância dos rios, na formação de várias nações do mundo. O Nilo fez surgir o Egito e ainda sustenta seus valiosos monumentos. O Yang-Tsé atravessa todo território da imensa China. O Amazonas banha a floresta amazônica insondável extensão, a perder de vista. O Tigre e o Eufrates definiam os limites da Babilônia. E assim sucede com os grandes rios do hemisfério.
Os rios não são apenas a principal fonte de civilização. Eles também, simbolizam a ideia do movimento, de transformação permanente da existência. Especialmente no mundo pré-industrial no agitado mundo de hoje, nada existe fora de corredeiras, de processo que evoluem de maneira acelerada, de cidades onde as pessoas vivem mais do que as casas.
Estamos num tempo de rios caudalosos, embora em tempo cruel das secas, as águas desaparecem provocando pânico e desespero nas populações.
Na antiga Grécia, como costuma afirmar Tehodoros Anastassíades – empresário itapetiningano- “Heráclito percebeu que ninguém entra duas vezes nas águas do mesmo rio”. As águas se vão, as pessoas se transformam. O pensamento dialético nasceu naquele rio onde a filosofia grega “viu a nossa loucura”, como disse o notável e exaltado escritor argentino Jorge Luiz Borges.
A sabedoria árabe – em sua milenar cultura, também nos ensina que os cadáveres dos nossos inimigos passarão um dia na correnteza do rio.
Itapetininga, como a maioria das cidades do mundo, nasceu próxima de um rio que leva o seu nome, ou melhor, no bairro do Porto e depois oficializada onde se localiza o Largo dos Amores. Impulsionou o progresso do município, serviu, como até hoje serve, como reservatório abastecedor de água à toda população. Além disso, em toda sua margem entretém cidadãos no apaixonado esporte da pesca, existindo “ranchos ou pesqueiros do mais alto luxo e sofisticação”.
Sobre o rio Itapetininga foi publicado trabalhos em jornais como “Estadão”, “Folha de S. Paulo”, Tribuna e Folha de Itapetininga e o nosso Correio local, de autoria de ambientalista Roque Guilherme, do engenheiro Décio Lobo e pelo apaixonado pelo “Itapetininga”, o saudoso Antonio Abrami, também autor de um poema a respeito do fabuloso rio.
Em tempos de antanho, crianças, jovens e adultos se banhavam e nadavam nos ribeirões do Chá, Carrito, Cachoeira ou Matarazzo – na vila Orestes – cujas águas desapareceram.

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