Karina era uma graça. Nascera e crescera bela. Ela sabia disso e gostava de exibir o seu corpo talhado pelo artista divino. Em casa, antes de sair, colocava no pescoço uma gargantilha, que tinha como pingente o seu nome gravado com letras hebraicas. Ganhara de seu namorado, quando este esteve em Jerusalém. Diante do espelho, com muita rapidez, voltava-se da esquerda para a direita ou vice versa, aproximava-se e afastava-se, deixando espraiar a beleza do colo. Como era bela!
Um dia, na década de 80, ela me procurou e, com meiguice, característica das mulheres lindas, me perguntou: Quem foi Naamã? Ouvira a história na igreja, mas não conseguira entender, pois o pastor achava graça de tudo e de tudo ria. Eu, como sempre respeitei as autoridades eclesiásticas, disse, antes de responder, que cada um tem um estilo de pregar. Alguns falam chorando, outros com autoridade. O pastor José fala com tanta humildade que dá pena. Ninguém deve ser criticado e muito menos do púlpito, uma vez que dá um mau exemplo para os fieis.
Depois respondi a pergunta de Karina. Ela pôs em mim aqueles olhos grandes e radiantes e ficou ouvindo a explicação, como Maria, a irmã de Marta, aos pés de Cristo. Naamã, disse eu, era um general. Tinha tudo para ser feliz. Era chefe do exército do rei da Síria. Era um grande homem e de muito respeito, visto que Deus, o Onipotente, dera liberdade aos siros, através dele. Naamã, no entanto, apesar de ser um homem valoroso, era doente, sofria de lepra ou hanseníase, como os médicos chamam atualmente.
Na casa do siro vivia uma adolescente judia, quase menina, que disse à sua senhora: Se o meu senhor fosse ao profeta que está em Samaria, ele seria curado. Foi nessa hora que Naamã entrou, onde estavam as duas, e a esposa narrou o fato ao general. Mais do que depressa, Naamã pediu autorização do seu rei e foi para Israel, levando consigo muitos presentes.
Procurou não o profeta, mas ao rei de Israel. Elizeu, o homem de Deus, ficou sabendo, uma vez que o rei de Israel achou que o rei siro buscava ocasião para invadir o seu país e temeroso rasgou os seus vestidos reais. A notícia correu e Elizeu pediu para que o rei de Israel mandasse Naamã procurá-lo em casa. O general foi à casa do homem de Deus e este mandou que o militar mergulhasse sete vezes no rio Jordão. A princípio não quis, alegando que no seu país havia rios melhores, como Abana e Farpar. Depois, aconselhado pelos seus subordinados, resolveu mergulhar e a sua carne tornou-se como de um menino. Ficou curado e rejuvenescido.
Karina, depois da história narrada por mim, quis conhecer o texto bíblico e confesso que ela estava ainda mais bela à força da felicidade. Eis o texto: II Reis 5. ( Elizeu foi um instrumento de Deus para a cura).
Falecidos da Semana
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