Os domingos que se foram

Talvez sejam poucos os que ainda se recordam dos alegres domingos em que a cidade se deslumbrava com a movimentação de caminhões e ônibus provindos dos mais afastados bairros e sítios do município. Eram os “craques” futebolísticos que chegavam nos diversos campos de futebol de várzea, utilizando-se também, por vezes, dos estádios da Associação e do Casi.
Junto com eles vinham também as entusiasmadas torcidas de seus respectivos times.
Eram os campeonatos de várzea promovidos pela prefeitura e com a colaboração de comerciantes e políticos, que doavam troféus e lanches para os atletas.
Dezenas de times. Os campeonatos chegavam a ter até 100 equipes inscritas. Da Varginha, São Roque, Chapadinha, Santa Cruz dos Matos. Gramadinho, Morro do Alto, Rio Acima entre ou da Vila Rio Branco, Vila Santana. Aparecida. Sempre participavam também times das cidades vizinhas, tais como São Miguel, Sarapuí, Angatuba e Guareí.
Antes dos jogos, que ocorriam sempre no horário da manhã dos domingos, os caminhões e ônibus faziam parada no Largo dos Amores, onde haviam os bares Rodovia, Primavera, Bar São Paulo, de propriedade dos progenitores do jornalista Carlos José. Lá os visitantes se deliciavam com os pasteis, os gasosos e outros quitutes à venda. Também iam ao Cemitério chorar seus antepassados.
Depois se dirigiam aos campos de várzea, distribuídos por toda a cidade e seus bairros.
Onde hoje vemos instalado o Itapê Shopping era o Campo do Sãopaulinho,
o Campo do Milionários, ou na Virgílio o Cedrinho, o Paquetá, próximo ao Cemitério; o Aparecida; o Campo da Vila Santana; o Veteranos e tantos outros que ficaram na memória.
Os campeonatos entusiasmavam toda a cidade. As premiações eram verdadeiras festas. As vezes animados churrascos ou até bailes organizados pelos clubes.
Um tempo onde as torcidas e os times se irmanavam e as brigas eram raras e folclóricas e o ódio era inadmissível.
Segundo Canarinho, ferroviário e conhecedor profundo da história futebolística de Itapetininga, “foi uma época de ouro do esporte bretão na cidade”