Outros sons, outras épocas

No Brasil, só quem tiver setenta, oitenta anos ou mais de idade, irá lembrar de algumas canções que hoje estão praticamente esquecidas, mas que em outros tempos tocavam incessantemente nas rádios, que nestas épocas eram o maior instrumento de comunicação da cultura popular. Em janeiro e fevereiro das décadas de 1930, 1940 e até metade de 1950, predominavam as marchinhas e sambas carnavalescos, e em junho os ritmos de festas juninas.
Mas em outros meses as rádios tocavam (é assim que se falava e escrevia: “a rádio vai tocar”) músicas alienígenas (estrangeiras) predominantemente norte americanas (antes da invasão das bandas de “rock and roll”), boleros (mexicanos), rumbas (cubanas), tangos (argentinos), cançonetas (italianas), canções (francesas) e música popular brasileira como o samba (não carnavalescos), baião (nordestino), frevo (algumas vezes) e o samba-canção (muitas e muitas vezes).
Quando falamos do rádio, estamos pensando nas possantes estações do eixo Rio-São Paulo, como a Nacional (do Rio de Janeiro) e a Tupy (de São Paulo). Situamos aqui o samba-canção (que popularmente seria o samba com menos agitação e bem mais lento). A partir de 1945, quando o presidente do Brasil, Marechal Eurico Gaspar Dutra (sucessor de Getúlio Vargas) proibiu a frequência de cassinos, a pedido de sua esposa Dona Santinha e a pedido da alta cúpula da Igreja Católica Brasileira, o ritmo samba-canção tomou vulto na microfonia brasileira.
Explica-se: nos cassinos haviam grandes e suntuosos espetáculos musicais que envolviam centenas de pessoas em sua preparação e apresentação. E as músicas apresentadas (no caso brasileiras) eram os sambas exaltações com louvores ao Brasil (e que encantava os turistas estrangeiros), tipo: “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso.
Com os fins dos cassinos e consequentemente deste tipo de samba, surgiu então com mais predominância o samba-canção típico para as boates e bares noturnos por serem mais intimistas, não necessitando de grandes orquestras (como as dos finados cassinos) para executá-los. Este ritmo vai proliferar nas casas noturnas do bairro de Copacabana, no Rio, principalmente na década de 1950.
Compositores como Dorival Caymmi, Dick Farney, Dolores Duran, entre outros, lançam os sambas lentos, geralmente acompanhados de conjuntos com três a quatro músicos. Músicas como “Não tem solução”, “Nem eu”, “Só louco” (Dorival Caymmi), “Copacabana”, “Uma loira”, “Somos dois” (Dick Farney), “Por causa de você”, “Pela rua”, “A noite do meu bem” (Dolores Duran), influenciaram em muito a nascente bossa-nova.

 

Se fato é foto…

O casal itapetiningano Alexandre Trevisani (analista de sistemas) e Renata Ribeiro (pedagoga) com as amigas Melissa Barth (empresária) e Paola Di Cola (psicanalista). Foto – Arquivo Pessoal

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