Na minha opinião, talvez a de muitos, a frase acima, título deste artigo, proferida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, durante a missa deste 12 de outubro no Santuário de Aparecida, em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, foi a mais impactante de 2021 até o momento, a mais emblemática, a mais direta ao governo Bolsonaro e aos apoiadores da extrema direita. Ela ganha ainda mais força quando é exclamada pela alta hierarquia da igreja católica, que neste caso é o arcebispo do Santuário de Aparecida.
No já histórico sermão do dia 12 de outubro de 2021, o arcebispo Dom Orlando, também disse em alto e “bom tom”. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira”,
No mesmo sermão o arcebispo Brandes lamentou as mais de 600 mil mortes por Covid e defendeu a vacina e a ciência – ao longo da pandemia, Bolsonaro defendeu medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença e questionou a eficácia das vacinas.
E fez um encerramento emocionado e emocionante: “Mãe Aparecida, muito obrigado porque na pandemia a senhora foi consoladora, conselheira, mestra, companheira e guia do povo brasileiro que hoje te agradece de coração porque vacina sim, ciência sim e Nossa Senhora Aparecida junto salvando o povo brasileiro.”
Logo após a missa chega a Aparecida o presidente Jair Bolsonaro, que é “terrivelmente evangélico” como o próprio sempre gosta de enfatizar. A ida ao Santuário no dia da Padroeira é uma estratégica política, não só para o atual presidente, mas para todos que já ocuparam o cargo. Participar das atividades do dia de Nossa Senhora Aparecida “in loco” é um imenso “palanque”, seja ele devoto da santa ou não. Bolsonaro foi recebido aos gritos de “mito” de aplausos, mas também de muitas vaias, várias pessoas o chamaram de assassino e genocida. Você pode verificar pelas imagens a expressão de raiva e de revolta do presidente, não de constrangimento, pois ele não tem empatia alguma.
A igreja católica sempre teve uma participação importantíssima e crucial em defesa da nossa democracia, principalmente nos períodos de chumbo da ditadura militar (1964/1985), que foi o TERROR NO PODER. Época que em diversos padres, frades e freis foram brutalmente torturados e assassinados pelo regime.
Foi nesta conjuntura que a Igreja católica assumiu um papel de destaque na luta contra a repressão e a tortura e na defesa dos direitos humanos, transformando-se na mais importante instituição de oposição à ditadura militar. Dois fatores ajudam a compreender a postura da Igreja Católica: as mudanças nas diretrizes pastorais e teológicas; e a ordem política e social estabelecida pelos militares após 1964.
Pode se constatar que a Igreja Católica continua firme e forte em defesa da nossa democracia que anda tão fragilizada. Espera-se também que as mentes de católicos que ainda apoiam a truculência do atual governo sejam iluminadas e mudem seus conceitos. Até a próxima!
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