As ondas sonoras mais antigas da comunicação brasileira completarão no ano que vem 100 anos de existência. Estou falando da Rádio, que continua cada vez mais viva, mais importante, e a cada dia mais moderna com o advento de outra onda fortíssima, só que está em gigabytes rapidamente navegáveis que é a toda poderosa Internet.
O início da rádio no Brasil surgiu em grande estilo e elegância, a primeira transmissão foi no dia 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário da Independência do país, com a transmissão, à distância e sem fios, da fala do presidente Epitácio Pessoa na inauguração da radiotelefonia brasileira. Roquette Pinto, um médico que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, acompanhava tudo e, entusiasmado com as transmissões, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que viria a ser a PRA-2.
A partir daí as ondas radiofônicas se tornou uma unanimidade, uma verdadeira paixão nacional e não parou mais de crescer e irradiar suas frequências do Oiapoque ao Chuí (2 extremos, norte e sul, do nosso “brasilsão” de tamanho continental).
A “Rádio Sociedade”, foi primeira emissora do Brasil. Criada em 20 de abril de 1923 na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, com o propósito de ser um veículo de comunicação eminentemente educativo, cultural e artístico.
Mas a emissora de rádio mais importante de todos os tempos, um verdadeiro ícone na comunicação, foi a Rádio Nacional do Rio De Janeiro, podemos comparar o que foi e ainda é (mas sem a mesma força que tinha antes) a Rede Globo de Televisão. Inaugurada em 12 de setembro de 1936 ao som de “Lua do Sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense. Do surgimento até os anos 1960, a Nacional se firmou como grande fenômeno de expressão da cultura popular brasileira, tornando-se uma das cinco maiores rádios do mundo. Com quase 85 anos de existência ainda continua em plena atividade e agora sendo transmitida também por FM 87,1 lá e toda moderninha! Mas o seu auge e apogeu foi durante as décadas de 40 e 50 com toda sua programação ao vivo, não existiam os tapes os rolos de gravação ainda. E sim caros leitores! As músicas executadas com orquestras de primeiríssimo nível. Outros tempos….
Disputada pelos patrocinadores, a Rádio Nacional pôde colocar no ar programas inovadores, que logo cairiam no gosto popular, como as radionovelas. “Em Busca da Felicidade” foi a primeira de uma série. A Rádio Também faria história com os programas de auditório. Um dos mais importantes para a música popular brasileira foi o de César de Alencar, que ia ao ar nas tardes de sábado. A Nacional trazia aos seus estúdios não apenas cantores consagrados no Rio de Janeiro como também abria espaço para músicos do Norte e Nordeste do Brasil, a exemplo de Luiz Gonzaga.
A emissora foi pioneira no radiojornalismo, com o famoso Repórter Esso, e em inúmeros humorísticos, como o Balança, Mas Não Cai.
A nossa querida Itapê também é uma referencia em se tratando de radiodifusão. No dia 15 de Novembro de 1941 foi inaugurada na rua Quintino Bocaiuva a famosa PRD9 que neste ano completa 80 anos de atividades interruptas, hoje comandada, dirigida pela querida e dinâmica Cristine Abrão, a Tuti.
Minha ligação com a rádio aqui em Itapetininga sempre foi muito forte e apaixonada. Mas este é assunto para o próximo artigo.
Espero vocês!
Até a próxima….