Gente do céu, dia 11, terça-feira, lá pelas bandas das 23 horas, levei um susto que jamais esquecerei… Até pensei que não pudesse contar, mas, já que o Todo-Poderoso me permitiu continuar fazendo parte do circo dos vivos, lá vai…
Foi bem assim… Eu estava em Sampa, na casa de minha filha… Ela ficou na sala assistindo TV e eu, após folhear alguns jornais, senti vontade de me escarrapachar na cama… Até aí, nada de mais… Demorei pra dormir, mas dormi… Ai de mim… Acordei com vontade de ir ao banheiro, mas minha perna direita não obedecia à minha vontade, o braço do mesmo lado, também denotava não querer seguir minhas ordens… Estavam dormentes! Com esforço sentei-me na cama e sentindo-me como se estivesse vivendo um pesadelo, tentava entender o que ocorria com metade do meu corpo… Era como se um lado do meu figurino não mais estivesse presente…
Após sentar-me com esforço nunca antes experimentado, consegui sair da cama, mas shé, meu pé direito que parecia ausente, não mais sustentava meu esqueleto e aí despenquei ao lado do leito feito um entrevado! E não consegui levantar-me de jeito nenhum… Apavorado, gritei por minha filha: Carolina! E a mocinha apareceu na porta de olhos arregalados…
– “O que foi, pai?”
-“Filhinha, por favor, ajude-o velhinho aqui…”
E ela ajudou do jeito que pôde, mas eu não conseguia mais andar! E agora?
Assustada, sem saber o que fazer, afinal ela nunca tinha visto o pai assim, minha filha telefona para o Corpo de Bombeiros. E a perua dos socorristas chega logo, com dois soldados diligentes, graças a Deus! Um deles faz algumas perguntas e ambos botam minha carcaça numa maca, amarram aqui, prendem ali e, lá vou eu, de padiola pelo corredor até a rua… Minha filha senta-se ao meu lado e a viatura dirige-se ao Hospital das Clínicas.
Chegamos lá depois da meia noite e eu sou imediatamente atendido por uma enfermeira muito jovem… Idade, batimento cardíaco, pressão, altura, ela examina e anota tudo… Em seguida, aplica-me uma injeção e eu fico ali, na maca, tentando entender o que está acontecendo…
Ao ver um jovem médico, toco-lhe o ombro e suplico uma explicação: “o que está havendo comigo, doutor?” E ele, muito educado: o senhor está com AVC, não se preocupe, vamos cuidar de tudo…”
E eles cuidaram mesmo! Por isso estou aqui, de novo!
Imobilizado, mil pensamentos me vinham à mente… Cheguei a pensar que nunca mais eu estaria aqui, neste cantinho de página…
Quando recebi alta e saí à rua, acompanhado por minha filha, ainda fraco e senti a claridade do Sol, tinha a impressão de estar acordando de um sonho estranho… E que o Divino-Santo-Pai, na sua infinita bondade, decidiu me dar mais um tempo…
Ainda não acredito, mas, quase fui!
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