Quando exercia o ministério sagrado, um jovem, na escola dominical, perguntou para mim: Quem criou Deus? Estava, na ocasião, discorrendo sobre a criação, tomando como base os escritos de Moisés. Ele, o cronista da criação, iniciou o seu relato, nestes termos: “No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Respondi a pergunta em epígrafe, como faço agora:
– Fazendo uma análise sintática do texto, Carlos, temos um sujeito e um predicado. Carlos era o nome do aluno da escola dominical. O período é simples. O sujeito é “Deus”. O predicado é: “no princípio criou os céus e a Terra”. “No princípio” é um adjunto adverbial de tempo, “criou” é o verbo, que é transitivo. O objeto direto é constituído de dois substantivos: “céus e Terra”. A palavra “céus” está no plural, uma vez que se refere ao céu, onde voam as aves; o céu onde estão os planetas e o Céu, morada de Deus. Há, também uma conjunção aditiva, ligando os dois substantivos, portanto na oração há três substantivos, como sejam: “Deus”, que é substantivo próprio, “céus” que é um substantivo comum e está no plural e “Terra” que é um substantivo próprio, pois se refere ao planeta.
Moisés não procurou provar a existência de Deus, visto que o ser humano já nasce com esse conhecimento gravado no coração, assim como as leis morais. O apóstolo Paulo, teólogo e filósofo, escrevendo aos cristãos de Roma, afirmou, inspirado pela Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que os homens nascem com “a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhe também a consciência e os seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se; no dia.…”e por aí vai. (Rm.2:14). Todos sabem que não se deve matar, roubar, mentir…. Por outro lado, a própria natureza ou as obras da criação falam por si. Davi, o rei poeta, num salmo, falando sobre a excelência da criação e da palavra de Deus, afirmou: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos”. O texto é lindo e merece ser lido. (Salmo 19)
Deus é Espírito Perfeito, logo não é matéria e nem da matéria procede. “Há uma ideia muito comum, mas muito errônea de que o homem tem alma ou espírito, quando na realidade o homem não é outra coisa senão alma ou espírito. O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, portanto o homem não é outra coisa, como afirmou o teólogo A.B.Langston, senão alma ou espírito. É o homem que tem corpo. É o homem que pensa, que sente, que quer. A matéria não tem raciocínio, nem sentimento, nem vontade. O homem é constituído de certos poderes, que não pertencem ao corpo, mas ao próprio homem, o qual é alma ou espírito. Deus é espírito, logo, como afirmou o teólogo citado acima, a nossa compreensão de Deus, como Espírito Perfeito, depende, em parte da compreensão que temos de nós mesmos. Deus é espirito, é um ser real, verdadeiro, porém invisível constituído dos poderes de pensar, sentir, agir e querer, mantendo a obra da sua criação. Deus é eterno, infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões, é imutável, imenso, eterno, incompreensível, onipotente, onisciente, incriado… Só Deus cria e ninguém mais, porém o homem tem o poder de transformar a matéria em objetos. Entendeu?