Relembrando Nhô Bentico

Nascido em Itapetininga, em 1899, falecido em setembro de 1952 (com o maior enterro realizado na cidade até hoje), Nhô Bentico, desde criança, demonstrou tendência pela vida artística. Representava papéis nos circos que improvisava com amigos. Quando jovem trabalhou no jornal “O Ideal”, de Píndaro Brisola, no setor comercial. Depois no “Tribuna Popular”, “O Democrata”, o “Itapetininga” e na tipografia pertencente a Sérgio Albuquerque, na rua Campos Sales.

Ingressou na Rádio Difusora, onde apresentava o programa da “Saudade” e posteriormente m, o proprietário da emissora, Bartolomeu Rossi, criou o novo programa para ele, “Manhã de Minha Terra”, que conservou no ar durante 10 anos, com grande audiência. Nos programas de auditório, onde comparecia apoiado em sua bengala e agasalhado por um sobretudo velho, ficou conhecido como Nhô Bentico. Seu nome – Abílio Victor. Compôs centenas de poemas sertanejos declamados em todo Brasil.

Reunidos em livros, como Folhas do Mato e Favas do ingá, além do um livro sobre sua vida – editado pela Unimed local – até hoje são consultados e lidos com interesse desmedido. Muitos de seus poemas foram musicados pelo conhecido artista multimídia e violeiro Bob Vieira. Outro artista, o saudoso ator e diretor de teatro já falecido, Antônio Luiz Balint, é considerado, até os dias de hoje, como o maior interprete dos poemas de Abílio Victor, além de outros como Lineu Vieira de Moraes. Outro grande artista de renome nacional que sempre declama poesias de Nhô Bentico é o ator, compositor e cantor Rolando Boldrin.

Nascido em 1899, falecido em setembro de 1952 (com o maior enterro realizado na cidade até hoje).

Após a morte do grande vate itapetiningano, o amigo, radialista e professor, Pedro José de Camargo um poema ao poeta. Posteriormente sua sobrinha o encontrou entre seus pertences e agora, com muitas saudades, reproduzimos:

PARA NHÔ BENTICO
Ninguém mais te verá
Na mão rude, a bengala,
Na cabeça, a palheta,
A testa mal cobrindo a espessa cabeleira e,
Pelo rosto, rala, uma barba de neve
As rugas esculpindo!
Ninguém mais te ouvirá
Caipira!
Cala com a morte, atua voz!
O teu trabalho é findo!
Em pranto, ao vento sul que
As desfolha e as embala
“Favas do ingá”,
“Folhas do Mato” vão caindo,,,
E vestidos de preto, irão ao seu enterro:
Nhá Quitéria, Laurinda, o Dito, o João Paiaço,
Nhá Nicácia, Rosinha e o pobre João Carreiro!
E só, tristonho e só, Pitoco teu amigo,
Enchendo de eco a noite e a solidão do espaço
Uivará de saudade aos pés de teu jazigo!

*Pedro José de Camargo (1952).

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