Casimiro de Abreu ou Casimiro José Marques de Abreu foi o poeta romântico mais popular do Brasil. Nasceu na Barra de São João, Rio de Janeiro, em 1839 e faleceu, em 1860, com 21 anos de idade. Escreveu “Primaveras”, livro de muitas poesias e cada uma mais bela do que a outra. Como eu gostava de ler e declamar as poesias de Casimiro, na minha adolescência. Escreveu o poeta romântico uma poesia para uma jovem, menina-moça, respondendo à pergunta: O que é simpatia? Na primeira estrofe, disse ele que “Simpatia é o sentimento/que nasce num só momento, / sincero, no coração;/são dois olhares acesos/ bem juntos, unidos, presos/ numa mágica atração./” Responde a pergunta na segunda estrofe com o coração, assim como na terceira, depois cheio de amor, tenta responder na quarta estrofe, definindo o que é indefinível, nestes termos: “Simpatia, meu anjinho,/ é o canto do passarinho,/ é o doce aroma da flor;/ são nuvens dum céu d’agosto,/é o que me inspira teu rosto…/-Simpatia- é quase amor./
Outro dia, a minha esposa perguntou para mim: O que é empatia? Lembrei-me da minha adolescência e dos versos de Casimiro de Abreu. Agora tenho a lira mais destemperada do que Camões, na sua velhice, e não consigo, como nunca consegui, versejar, mas senti o desejo de responder, como fez o poeta da Barra de São João.
Simpatia e empatia são palavras semelhantes na rima e na classe gramatical e diferentes na acepção. Simpatia o poeta já respondeu, mas empatia, como os dicionaristas afirmam “é a capacidade de se identificar com outra pessoa e compreendê-la emocionalmente”.
Paulo, o apóstolo, quando escreveu a sua carta aos romanos, imperativamente, disse: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram”. O apóstolo falava de empatia. Se simpatia, no linguajar de Casimiro era quase amor, empatia é amor. Empatia é o amor cordial. Empatia é amor fraternal, porque todos nós, queiramos ou não queiramos, somos todos descendentes de Adão e Eva. Empatia é amor que cobre uma multidão de pecados, uma vez que pregando o Evangelho, salva pessoas que deixam de cometer delitos para viver com Deus e para Deus. Empatia é avisar do perigo iminente e quem prega, está alertando.
No soneto sempre há uma chave de ouro, que é a conclusão, portanto, empatia é sentir o que o outro sente na dor, no sofrimento, nos pesares deste mundo que foi criado para ser um jardim, porém transformado pelo anjo das trevas num vale de lágrimas. Só os que tem Amor no coração podem esposar a empatia, virtude divina e celestial.
Deus é Amor.