Um plano elaborado há mais de sessenta anos passado previa a transferência da cidade para as margens do Rio Itapetininga, à beira de um lago de quase 20 quilômetros de extensão e seis da atual área urbana, que bem conservada deveria se transformar em região comercial e industrial. O projeto que exigiu longos meses de estudo de seu autor, a saudoso engenheiro Canuto de Almeida Moura, chefe do então departamento de obras da cidade, poderia ser concretizado se a prefeitura se decidisse a desapropriar a área prevista para a “Nova Itapetininga”.
De acordo com o documento, o lago – formado depois de uma barragem de 13 metros de altura, seria margeado por residências modernas igreja, teatro, numa área planejada com todos os melhoramentos, sem poluição ambiental e com amplas condições de abrigar tanto a população fixa como a flutuante, além de se constituir numa grande fonte de renda para o município, diante da possibilidade de atrair numerosos turistas.
Para o engenheiro Canuto, a construção da “Nova Itapetininga” representaria praticamente a redenção econômica do município e “seria a maneira mais prática da região sair da pasmaceira que se encontrava”.
Entretanto os recursos necessários para a execução do plano foram considerados muito elevados. Segundo o engenheiro, somente a construção da barragem custaria, nos valores de hoje, 50 milhões de reais. Para a formação do lago seria necessário alagar uma área de 500 alqueires, mas o engenheiro achava que, retendo um volume de 34.825.000 metros cúbicos de água, o lago teria uma profundidade de 2,5 m e o desenvolvimento do perímetro inundado seria de 15 metros de cada lado. Paralelamente à construção da nova cidade, ela também poderia se transformar em local para a prática de esportes náuticos e a formação de uma praia artificial.
Numa representação do engenheiro Canuto, reuniu-se em São Paulo, com grande número de empresários e o secretário de turismo da época, o representante da CESP, expondo o projeto e explicando as vantagens oferecidas àqueles que quiserem investir no empreendimento.
Todo estudo a respeito deste sonho, terminou melancolicamente e a administração da época pouco se interessou pelo assunto. Quando sobrou apenas o desejo da implantação da nova cidade.