Por uma série de equívocos (e tudo por minha culpa), só agora entro em contato com o livro “Inspiração em Tempos de Crise” de autoria da itapetiningana Elza de Lara. Trata-se de uma série de crônicas descrevendo o dia a dia da autora, tanto nos tempos presentes, como no passado. O “tempos de crise” do título do livro refere-se a terrível pandemia que se abateu no mundo todo a partir de março de 2020, até metade (ou mais!) de 2022 (por aí). E foi neste período nefasto que obrigou todos (ou quase) a se recolherem, que Elza de Lara escreveu contando um pouco de sua vida familiar.
Pois é, em virtude de uma confusão (toda minha!) só fui ler os escritos de Elza Lima de Lara, só agora, em julho (2023) e passei uma noite inteira saboreando todos eles, por sinal, deliciosos. Mas antes de falarmos das crônicas, discorreremos sobre sua criadora.
Membro de uma tradicional família daqui, Elza nasceu em dezoito de janeiro de 1938. Realizou seus primeiros estudos no Colégio Estadual e Escola Normal “Peixoto Gomide”. Aos quinze anos de idade, mudou-se com sua família para Santos, onde continuou seus estudos no Colégio Estadual “Canadá”, e depois fez o Curso Normal (formação de professores primários) na Escola Estadual “Dr. Júlio Prestes de Albuquerque”, em Sorocaba, e na mesma cidade graduou-se em Filosofia Pura, em 1959, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de lá (então Fundação Scarpa). Casou-se com o cirurgião dentista Roberto Lima de Lara (um dos eméritos intelectuais desta cidade) e tiveram quatro filhas: Elza Maria, Roberta, Fernanda (in memoriam) e Helena, sete netos e dois bisnetos.
Lembro-me que ao contato com alunos do curso Clássico do “Peixoto Gomide” (a partir de 1962), eles elogiaram muito (e muito!) Elza como professora de Filosofia, e que contribuiu muito para a excelência (alto nível) do Curso em questão. Elza colocou seus educandos com os textos de alguns dos maiores pensadores da humanidade, contribuindo para que a vida fosse interpretada também com outros olhares.
Mas vamos as crônicas (quase trinta). Como a própria Elza declarou, constituem peripécias da família, mas todas elas (todas) contribuem para uma reflexão mais demorada. Como “Devaneio” quando a autora procura fugir da realidade da pandemia. “O desconhecido discreto” com seu final inusitado e possivelmente previsível, é muito sensível. “Solidariedade”, entre tantas outras deliciosa crônicas.
Elza é uma humanista “de mão cheia”. Está aposentada, mas continua a ensinar. PS: diverti-me muito com a crônica “Tsunami”.
Se fato é foto…
