Em meio ao crescente movimento por sustentabilidade e consumo consciente, os brechós se destacam como uma das principais tendências do setor de moda. Esses estabelecimentos, que comercializam peças de segunda mão, têm conquistado um público diversificado, enquanto os proprietários encontram uma oportunidade lucrativa e alinhada com princípios considerados por muitos, ecológicos.
A empresária à frente de um brechó em uma das principais avenidas de Itapetininga, Pollyana Gringer, revela que sua jornada nesse setor começou de maneira prática e pessoal. “Inicialmente, foi a necessidade de liberar espaço no guarda-roupa, tendo em vista lucrar com inúmeras peças de roupas que estavam sem uso ou paradas por muito tempo”, explica. A ideia, que começou como um desapego de itens pessoais, rapidamente evoluiu para um negócio.
A seleção de peças que compõem o acervo de seu brechó é cuidadosa e pessoal. “Boa parte das peças são desapego próprio ou de amigos e familiares”, afirma.
O público que frequenta o brechó de Pollyana é predominantemente feminino, com idades entre 20 e 50 anos. “Meu público é bem eclético. As tendências variam desde estilos básicos e confortáveis até roupas de festa, mostrando que a loja consegue atender a diferentes gostos e necessidades”.
Para Pollyana, o conceito de brechó está ligado à moda sustentável. “Moda e sustentabilidade devem sempre caminhar juntas. O modelo desse tipo de empresa consiste em reciclar a moda, com uma infinidade de peças atemporais que sempre encontrarão quem ame e use”, defende.
“Esse ramo está em uma crescente muito boa, bastante gente querendo comprar, mas também muita gente querendo vender roupas que não usa mais”, observa. Ela atribui esse crescimento a uma mudança de comportamento, onde as pessoas começam a valorizar mais a troca de ciclos dentro de seu próprio guarda-roupa, buscando alternativas que fogem do consumo excessivo.
A auxiliar de educação, Angélica Santos, é uma das consumidoras desse nicho. “Gosto muito de comprar em brechós pela qualidade e preço. Sabendo procurar, você encontra algo muito bom e ainda por um preço excelente. Além de estar ajudando com a conscientização. Depois que comecei a comprar nesses lugares, estou sempre me desfazendo de peças que não uso mais. Não faz sentido guardá-las se não for usar”.
A auxiliar administrativa, Fernanda Nascimento, reaproveita as peças em seu hobbie de costura. “Vivo comprando em brechós. Se a peça não está tão boa, às vezes, aproveito o tecido e uso como uma outra coisa, em minhas costuras. Estou sempre personalizando peças por lá. Não gasto tanto dinheiro e ainda as deixo como quero”.
Brechós beneficentes
Os brechós beneficentes também têm ganhado destaque como uma importante ferramenta de apoio social, onde a moda se une à solidariedade. Esses estabelecimentos, geralmente vinculados a instituições de caridade e igrejas, oferecem roupas, calçados e acessórios a preços acessíveis, sendo que toda a renda arrecadada é destinada a projetos sociais e filantrópicos na cidade.