*Laura Oliveira
O agronegócio enfrenta dificuldades com o agravamento da crise do coronavírus. Com as medidas para tentar conter o avanço da pandemia, a rotina dos agricultores de Itapetininga mudou, e com isso, o modo com que realizam o comércio de suas mercadorias também foi alterado.
Itapetininga é o 3º maior município em extensão territorial do Estado de São Paulo e o 1º em área cultivável. Segundo o Presidente do Sindicato Rural, Amauri Elias, o município tem uma produção diversificada com grande número de produtores rurais, por isso cada um deles foi afetado de forma diferenciada pelos desdobramentos da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. “Não há crise de abastecimento, no entanto há uma redução drástica nas vendas de vários produtos, trazendo enormes prejuízos aos produtores rurais.”
Alguns associados do Sindicato Rural, veem comentando sobre a dura que crise que está afetando a todos. Pedro Barrera, produtor rural no Bairro do Porto, que se dedica à avicultura de corte, informa que houve diminuição de aves por metro quadrado. O intervalo no alojamento das aves que era entre 14 a 15 dias passou para 30 dias.
Já na pecuária leiteira, Reginaldo Silveira, produtor no Bairro São Roque, foi prejudicado pelo preço. “No mês que recebi o pagamento já foi menor que o combinado, sendo avisado que baixará mais ainda e será retirado o adiantamento, por conta da falta do escoamento dos queijos.”
Assim como Reginaldo, Bruno Lourenço, produtor de queijos e derivados, teve uma queda de 90% nas vendas, o que espera ser parcialmente revertido com a abertura das feiras, mas chama a atenção para a elevação do preço da alimentação do gado.
No cultivo de frutas, hortaliças e milhos, Eider Sonoda, do Bairro Morro Vermelho, está lutando para evitar prejuízos maiores. “O tomate que ia para o feirante vai para a CEASA, bem mais barato. A abóbora moranguinho está sem mercado com restaurantes fechados. O milho está a R$ 50,00 a saca e a pitaya está sendo vendida bem mais barata.” José Carlos Pinheiro, produtor de atemoia, também já enfrenta dificuldades para colocar o produto na CEASA.
Em relação à pecuária de corte, Amauri Xavier lembra que apesar da enorme evolução do Brasil no setor, a pandemia do novo coronavírus atrapalhou o comércio exterior pela retração do consumo. “Ainda é válido lembrar que o clima poderá ser um fator agravante com a seca próxima comprometendo as pastagens, mas que ninguém tem tantas condições de produção como o Brasil e por isso as esperanças devem ser mantidas de modo que o agronegócio será fundamental na retomada da economia.”
*Sob supervisão de Carla Monteiro