Mayara Nanini
Especial para o Correio
A cultura é, sem dúvida, a resposta para muitas indagações da alma. A partir da expressão artística as pessoas podem liberar o sentimento mais reprimido e conhecer uma voz interior nunca percebida. A arte preenche, transforma e acolhe. E, quando falamos de psicologia, notamos que essa cultura se trata de uma grande aliada.
Para Márcia dos Reis Fagundes, de 49 anos, psicóloga há 17 anos, formada na UNIFAE, terapeuta comunitária e docente há 13 anos “A junção cultural com a saúde mental pode trazer benefícios inefáveis na vida das pessoas”.
A psicóloga acredita no resgate por meio da cultura, e, recentemente recebeu um convite da empresária e terapeuta Alessandra Tomikura, para um novo projeto, quer seja o de Contoterapia. “Creio que quando duas mulheres apaixonadas pelo que fazem se unem, ultrapassam a marca do tempo e marcam a vida de muitas pessoas”, diz Márcia.
Ainda explica: “A proposta de utilizar a contoterapia nos grupos é que através do conto as pessoas podem acessar seus traumas, valores, segredos, liberar emoções, resolver conflitos internos e resgatar a sua essência. Contoterapia é uma ferramenta terapêutica que nos permite entrar num processo de identificação com os contos e histórias e nos levar a um autoconhecimento e a estímulos que poderão resultar em processos de transformações pessoais. A finalidade é vivenciar ao máximo esta experiência, onde cada indivíduo sente e imagina a história dos personagens de forma única, muitas vezes, se identificando com eles. A cada livro/história é feita uma reflexão para ampliar conhecimentos, trocar experiências, evoluir como ser humano. A escrita e a leitura podem ser usadas de forma terapêutica, onde as pessoas podem expressar seus sentimentos, explorar sua história, reescrevê-la se necessário. Através da leitura e da escrita, descobrimos que sempre viramos personagens da nossa própria história e podemos nos tornar protagonista dela”.
É inegável o poder da cultura. As letras se transformam em garras, que, de forma única, extraem as dores que descansam em nosso subconsciente – e até mesmo as que machucam diariamente. O poder de identificação e dar voz ao, muitas vezes, nunca dito por cada um, é, sem dúvida alguma, terapêutico.
Falar sobre sentimentos não é uma tarefa fácil. Revisitá-los, a partir da literatura, menos ainda. Muito o que se lê pode ser abstrato aos olhos. O grupo de contoterapia auxiliará a percepção dos leitores e as diferentes histórias serão transformadas em uma grande onda de expressão.
Que Itapetininga tenha cada vez mais projetos que resgatam sentimentos a partir da cultura – que é tão grandiosa e medida propulsora de cura emocional.
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