No último sábado, dia 30 de novembro, o violeiro, cantor, compositor, ator e instrumentista brasileiro, Almir Sater encantou o público no Sesi Itapetininga com um show repleto de clássicos que marcaram sua carreira e a história da música brasileira. Reconhecido como um dos maiores representantes do estilo caipira e da música de raiz, o cantor trouxe interpretações que fizeram a plateia viajar por um repertório de mais de quatro décadas.
Além de sua carreira solo, Almir Sater é conhecido por sua parceria com Renato Teixeira e Sérgio Reis, com quem gravou o aclamado álbum AR. O projeto rendeu ao trio o Grammy Latino em 2016 na categoria de Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras.
Em entrevista ao Correio, Almir Sater revelou que não sente que as músicas mudam com o tempo, mas sim as pessoas. “As músicas, com o tempo, elas vão mudando. Se você pegar desde o começo do século, se for analisando as músicas, pega a bossa nova, depois vem o iê iê… as gerações vão acompanhando o seu tempo. Eu sou do tempo da época muito rica da música, que são os anos 60, 70 e 80. Eu ainda estou muito ficado nessa época. As músicas que escuto hoje em dia, são músicas que eu ouvia há 40 anos atrás. Então, para mim, cada um tem o seu tempo”.
Sobre suas composições, o violeiro comentou que os temas simplesmente surgem como histórias. “A gente nunca sabe o tema que a gente vai cantar. É engraçado, qualquer situação, qualquer flash, às vezes nos leva a falar sobre aquele assunto. A natureza inspira muito porque quando a gente está na fazenda, por exemplo, temos a sensação de ter todo o tempo do mundo, a sensação de que nada vai nos tirar da concentração, do foco, da música. Isso ajuda muito”.
O show teve a apresentação de abertura com o também violeiro, cantor e apresentador Yassir Chediak, que não se deixou abalar com o atraso técnico do som e ainda agitou o público antes do grande show de Sater, onde fez uma pequena participação.
Entre os momentos mais emocionantes da noite, esteve a execução de Tocando em Frente, uma das músicas mais conhecidas do artista. Composta em parceria com Renato Teixeira, a canção, lançada em 1990, tornou-se um verdadeiro hino sobre a simplicidade da vida, falando de superação e paz interior. Suas frases marcantes, como “Ando devagar porque já tive pressa / E levo esse sorriso porque já chorei demais”, emocionaram uma plateia que cantou em coro, provando que a música continua atual e tocante, como disse acima.
Com seu dedilhado inconfundível na viola, Almir transportou o público para a vida no interior, no meio da natureza, contando histórias, e mostrando a habilidade de unir a poesia simples e autêntica à melodia da viola de dez cordas. Quem também brilhou e conquistou o público foi o sanfoneiro da banda, que animava a plateia com seu talento.
Mas a noite não foi feita apenas de clássicos. O compositor também trouxe músicas mais recentes de seu repertório, como Bicho Feio, que fala sobre o folclore brasileiro e Serra de Maracaju, que descreve a tentativa do compositor de descobrir os mistérios do local.
Ao final do espetáculo, o público composto por jovens e idosos, das mais diversas idades, ovacionou o cantor. O artista agradeceu ao carinho de Itapetininga e destacou o privilégio de poder compartilhar sua arte com tanta gente ao longo dos anos.
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