O mês de junho chegou e com ele as tradicionais festas juninas tão apreciadas pelos brasileiros, mas engane-se quem pensa essas festividades surgiram no Brasil. Suas origens remontam da Europa Medieval e marcavam o início da colheita em países como Portugal, França e Espanha. O costume chegou ao nosso país trazido pelos jesuítas.
Outra tradição dessas festividades são as famosas quadrilhas hoje associadas a tradição caipira, foram introduzidas pela família imperial portuguesa. Originária da França, as danças de quadrilha eram comuns entre a nobreza. Como era uma dança da corte, suas palavras de ordem eram em francês. Aos poucos ela foi sendo apropriada e adaptada pela população e os termos “traduzidos” para o português como: anarriê (“an arrière”, em francês), “olha a chuva”, “A ponte caiu”, “Caminho da Roça”, “Damas à direita, cavalheiros à esquerda”, entre outras.
Em uma de suas saborosas crônicas, “Não Se Faz Festa Junina Como Antigamente”, publicada nesse jornal, o jornalista Alberto Isaac relembra saudoso das Festas Juninas em Itapetininga, festividades que simbolizavam união e confraternização entre amigos e vizinhos. “Em véspera de dias de Santo Antonio, São João e São Pedro existiam em certas ruas de Itapetininga três ou quatro festas de famílias. Nas redondezas as festas eram maiores, como nas Vilas do Paquetá e Santana, onde eram mais frequentadas, isto além dos bairros como Varginha e outros”, escreveu.
E continua: “A fogueira estava começando a ser acesa e os convidados iam chegando e o dono da casa já havia preparado os quitutes, sozinho ou com a colaboração de vizinhos, que às vezes se uniam para tornar a noite mais agradável. Havia a reza em louvor ao santo do dia com a recitação do terço e da ladainha de Nossa Senhora. O Mastro era levantado: rojões e fogos de artifício estourados num verdadeiro espetáculo pirotécnico. A fogueira atingindo metros de altura, com muitos se esquentando ao seu redor ou assando alguma batata-doce nas brasas ardentes, enquanto a criançada se divertia, soltando fogos e balões multicoloridos das mais variadas formas confeccionadas carinhosamente durante várias semanas. As festas prosseguiam noite adentro. Nas festas realizadas nos sítios e campos havia até torneio de violeiros, cururus, fandangos, catiras… A juventude também se fazia presente e o ponto alto das festas era sempre a apresentação da quadrilha, dançando em ritmo caipira e com os pares todos fantasiados”. .
Atualmente, apesar das transformações, as Festas Juninas ocorreram em vários pontos da cidade. Quadrilha, comidas típicas, música e muita diversão tomam conta da programação em Itapetininga, além das comemorações escolares. Confira a seguir algumas opções na cidade que o Jornal Correio separou para você aproveitar essa festividade ao longo do mês:
ARRAIA DO JOBER – Dia 11 e 12 de junho no Salão Paroquial Nossa Senhora das Graças que fica na rua Durval da Rocha Réis, 173, Vila Reis. Haverá comidas típicas, rodadas de bingo e muita alegria!
IFSP – O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Campus Itapetininga realiza seu arraiá no dia 11 de junho das 14h às 20h. Haverá show de prêmios, quadrilha, brincadeiras, prêmio para melhor traje típico, música, touro mecânico e comidas típicas.
ARRAIÁ BENEFICENTE “BOA BOLA” – No dia 11 de junho às 14h. O Boa Bola Beach Sports promove seu arraiá em prol da APAE, UIPA e SSVP. Entrada: 1 kg de alimento não perecível. Com show de Marcella Peliky. O Boa Bola Beach Sports fica na Av. Dr. José Ozi, 451, Vila Nova.
FKB – Dia 15 de junho às 19h a Fundação Karnig Bazarian promove sua festa junina com comidas típicas, atrações artísticas, bebidas típicas, concurso de melhor caracterização, concurso de melhor performance no desfile e competição rei e rainha festa junina. A entrada é um 1kg de alimento não perecível ou 1 agasalho em prol ao Fundo Social de Solidariedade. A FKB fica na Rodovia Raposo Tavares, km 162.
74° QUERMESSE EM LOUVOR A SÃO JOÃO BATISTA – Do 17 a 26 de junho será realizada a 74° quermesse em louvor a São João Batista, com programação religiosa e comidas típicas todos os dias. Nos dias 25 e 26 também terá quadrilha do grupo de jovens “Magnificat”, e no dia 26 a tradicional corrida de São João Batista às 8h. A Paróquia São João Batista fica na rua Antônio Avelino da Costa, 293, Vila Vendramini.
SABESP – Dias 24 e 25 de junho às 19h, sendo que no primeiro dia haverá show de música do Grupo Clariô, e no dia 25 show da banda +Q1 samba, além de comidas típicas, quadrilha e brincadeiras. O pátio da Sabesp fica na rua Virgílio de Rezende, 1097. Cem porcento da renda em prol das entidades assistenciais do município.
FEIRA DA LUA – Além dos artesanatos, a tradicional Feira da Lua terá comidas típicas de festa junina todas as quartas-feiras de junho das 17h às 21h na Praça Largo dos Amores.

SANTO ANTÔNIO | Dia 13
Batizado com o nome de Fernando de Bulhões y Taveira (1195 – 1231), nasceu em Lisboa na família de nobres. Com 25 anos tornou-se membro da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, adotando nessa época o nome religioso de Antônio. Santo Antônio é lembrado como uma pessoa caridosa, que não negava alimento para os pobres que o procuravam. No dia 13 de junho, é realizada a bênção dos pães, quando famílias católicas pedem para não faltar alimentos em suas mesas. Sua fama de “Santo Casamenteiro” começou durante suas peregrinações em comunidades pobres na Itália. “À época, para conseguir casar, as mulheres deveriam oferecer dotes (ou seja, dinheiro) à família do noivo. Então, ele arrecadava fundos para conseguir reunir os dotes e possibilitar que as mulheres conseguissem casar com os seus amados”, segundo o Guia dos Curiosos.
SÃO JOÃO | Dia 24
Os festejos a São João Batista tiveram origem na Idade Média, período quando a Igreja Católica começou a substituir os rituais aos deuses pagãos por festas dedicadas aos santos populares. O santo aparece na Bíblia como o profeta que anunciou a vinda de Cristo. Foi ele quem batizou Jesus no rio Jordão. Segundo o site Aventuras da História, o dia foi fixado “a partir do relato do Evangelho de Lucas, onde é afirmado que João nasceu seis meses antes do filho de Deus. Por isso, a data determinada foi o dia seis meses antes da véspera do Natal”. Vários símbolos que lembram seu nascimento compõem os festejos juninos como a grande fogueira (simbolizando o aviso a Maria do nascimento de João) e os fo¬gos de artificio. Acreditava-se que a tradição de soltar balões (hoje crime) era levar pedidos até São João. “Por isso, quando o balão caía, era um sinal de azar, já que os desejos não seriam atendidos”, explica o Guia dos Curiosos.
SÃO PEDRO | Dia 29
São Pedro foi o primeiro Papa. Segundo o Evangelho de Matheus, seu nome original de batismo era Simão, quando Jesus o indica para comandar os apóstolos disse: “Tu és Pedro (“pedra”), e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Sendo a partir de então conhecido por Pedro. Sua fama de “Chaveiro dos Céu” vem de uma passagem bíblica na qual Jesus se volta para Pedro e diz: “Eu te darei as chaves do reino dos céus e o que ligares na Terra nos céus”. Na tradição popular, principalmente a nordestina, lhe é atribuído as chuvas. A interpretação possível é que se ele possui a chave do céu, pode controlar tudo que vem do firmamento. O dia de São Pedro representa o fim das festas juninas.