O mês de outubro começa com expectativa de atrações para os pequenos, isso porque, no próximo dia 12 além de ser celebrado o dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, também é comemorado em todo o país o dia das crianças. Em Itapetininga, a partir deste final de semana já tem programação com o espetáculo ‘Pelos Quatro Cantos do Mundo’ que chega ao Sesi. Também para os pequenos uma ótima opção de presente é o livro “O Rei Reto” da artista Kátia Baroni e do ilustrador Lucas Diniz, a obra é fascinante e a publicação é interativa. Fato é que não são apenas as crianças que podem aproveitar essas opções.
O livro infantil “O Rei Reto” foi lançado em abril pela Pererê Editora. Trata-se de uma publicação escrita há vários anos pela artista Káttia Rodrigues Baroni e ilustrado de forma caprichosa por Lucas Diniz. Mas a espera valeu a pena: é difícil o leitor não ficar envolvido com a história e pelo visual da obra que dialogam de forma harmônica e se completam. Outro convite que expande o espaço da imaginação da criança é o formato da obra. Em padrão sanfonado, o livro pode ser transformado em uma muralha feudal de quatro metros quando esticado. “Assim a criança pode se cercar pelo livro e pela história. Pode usá-lo como complemento em brincadeiras, tornando-o parte da construção de seu imaginário. É um livro pra se ler com o corpo inteiro”, explicam os editores.
“O Rei Reto” narra a jornada de autoconhecimento de um descuidado rei que deixou cair e quebrar sua coroa, perdendo assim sua realeza. Ao ficar privado do símbolo máximo da monarquia é abandonado pelos seus súditos. Então, não há outra alternativa para o monarca: para reconquistar seu reino é necessário procurar um ourives capaz de consertar a joia real. Porém a sua saga não será fácil, há várias adversidades, construída de forma muito inteligente pela autora, até o seu encontro com uma criança e sua humilde família.
A forma lúdica com que a autora desenvolve a temática sobre o autoconhecimento da personagem principal é um dos grandes acertos do livro. Vários psicólogos entendem, que ao se conhecer melhor, o indivíduo pode evitar sentimentos como a baixa autoestima, a instabilidade emocional, entre outros. Ao final de sua jornada, o Rei se transforma e ao reconquistar seu antigo reino, torna-se um governante equilibrado e justo. De uma forma muito prazerosa, o leitor é convidado a perceber como lidamos com os nossos sentimentos.
A ilustração do livro foi realizada com a técnica oriental de Paper Cutting. Com muita habilidade utilizando um bisturi, Lucas Diniz explora de forma meticulosa este método com belas silhuetas. Lucas revela que foi influenciado na elaboração visual do livro “O Rei Reto” pelas experiências estéticas das apresentações teatrais da peça “Souto – O Passarinho Que Vivia Preso”, adaptação do primeiro livro infantil de Káttia Baroni, que vendeu quatro mil exemplares.
Experiência Virtual – No último dia 19, “O Rei Reto” foi adaptado por Káttia e Lucas para o formato audiovisual e apresentado na plataforma do Circuito Sesc de Artes. Os próprios artistas cuidaram da produção, direção, trilha sonora e interpretação. “Foi um processo rápido, mas ficamos muito satisfeitos com o resultado. E o retorno das pessoas, vem sendo bem positivo. Gostamos da experiência”, conta Lucas.
Para o ano que vem, o casal já estuda a possibilidade de levar a performance, de forma presencial, para diversas localidades. “Vamos fazer leves mudanças no trabalho apresentado no Circuito do Sesc. Este formato de 20 minutos nos permite maior mobilidade e adaptação em diferentes espaços”, diz Káttia. “Mas também estamos estudando uma versão mais encorpada, de 50 minutos, para ser apresentada em teatros, experimentando as infinitas possibilidades da iluminação teatral. Gostaríamos de aprofundar o estudo sobre o teatro de sombras”, complementa Lucas.
Com a proximidade do Dia das Crianças, “O Rei Reto” é uma boa opção para a criançada, “que estão a caminho da fluência na leitura, mas ainda precisam ter uma relação afetiva com o objeto livro, antes de consolidar o hábito da leitura”, recomendam os editores. Além disto, é a possibilidade de conhecer dois talentosos artistas de nossa região e um convite à imaginação e a experiência da leitura compartilhada entre pais e filhos, e quem mais quiser participar da brincadeira.
Sesi recebe a peça Pelos Quatro Cantos Do Mundo
O SESI Itapetininga receberá o espetáculo infantil “Pelos Quatro Cantos do Mundo”, produzido pela Cia. Teatral Milongas. O espetáculo conta a história de Aisha, uma menina refugiada que é obrigada a deixar a Síria, seu país de origem, após uma guerra estourar e ela se perder do pai. A peça narra as andanças da menina por nações desde Coreia do Norte, passando pelo Congo e chegando no Brasil. Ela conhece novas culturas distintas e aprende a lidar com as diferenças conflitantes.
Com muita leveza e humor, o espetáculo mostra de forma lúdica, a jornada de uma criança síria refugiada em busca de seu pai pelos quatro cantos do mundo. A peça tem sessões hoje e nos dias 2, 8 e 9 de outubro, sextas-feiras, às 15h, e aos sábados, às 16h. A entrada é gratuita, os ingressos podem ser reservados pelo sistema MEU SESI.
Com cerca de 15 anos na estrada, a Cia Teatral Milongas vem desenvolvendo muito mais do que peças abrangentes. O grupo também é responsável por ministrar oficinas em comunidades carentes e espetáculos em hospitais públicos. Os projetos de importância social já lhe renderam indicações em premiações.
“Pelos Quatro Cantos do Mundo” é o décimo espetáculo da Cia. Teatral Milongas, o quarto na modalidade infanto-juvenil. Após a estreia, o espetáculo recebeu indicações em 3 categorias no 12º Prêmio Zilka Sallaberry, de 2018, nas categorias de Melhor Espetáculo, Melhor Diretor e Melhor Cenário.
O espetáculo que estará em cartaz no SESI Itapetininga tem dramaturgia e direção de Breno Sanches, que também está em cena juntamente com os atores Hugo Souza e Roberto Rodrigues. A protagonista, Aisha, é representada na encenação por uma boneca em tamanho natural confeccionada por Márcio Newlands (que também assina a direção de manipulação da marionete).
A encenação é apoiada no teatro físico e não verbal. Entre os diversos aspectos da montagem, chama a atenção a cenografia composta por balões de gás que são transformados ora em oceano, ora em um balão conduzindo Aisha em sua aventura. A direção musical, assinada por Marcello H que mistura diversos ritmos árabes, italianos, africanos, orientais e brasileiros.
O diretor do espetáculo, Breno Sanches, conversou com a equipe do jornal sobre a expectativa do grupo em retornar com a montagem de forma presencial. “Se pra gente a volta chega a ser estranha depois desse período fora dos palcos, imaginamos que para o público também seja. Mas certamente será ainda mais potente as apresentações para nós e para o público. Ter o prazer de trocarmos juntos a experiência do teatro ao vivo após tanto tempo separados será muito emocionante. Ainda mais com o nosso espetáculo que trata de um tema tão atual e sensível como os refugiados, a apresentação promete ser inesquecível”, disse.