Fim de ano chegando e o público itapetiningano ávido por atividades culturais ganha novos espaços na cidade. Amanhã, 10, às 15h, está prevista a inauguração da “Casa de Movimentos Populares”, na rua Alfredo Maia, 453 – o local fica próximo ao Poupatempo. De acordo com a liderança do espaço, o objetivo é receber todos que desejam participar de uma comunidade que está buscando olhar para as pessoas como potências, que preza a arte como ferramenta de mudança do mundo e que tem a sustentabilidade como pilar para o presente e futuro.
Já no domingo, 11, haverá a inauguração de um novo espaço cultural, o “Casarão da Lua”, na rua Coronel Fernando Prestes, 422. Uma boa notícia para quem mora na cidade, afinal destinar momentos de entretenimento com a família e amigos é essencial na qualidade de vida. A prática e apreciação cultural estão diretamente relacionadas a sensação de bem-estar humano.
Com exclusividade, o Jornal Correio conversou a idealizadora do “Casarão da Lua”, Júlia (Lua) Lombardi. Ela conta que a sua ideia de montar um ateliê de cerâmica decorativa e utilitária veio da sua necessidade de criar um espaço na cidade onde pudesse expor, vender e dar aulas. Júlia acredita que a inauguração do local, o primeiro ateliê de cerâmica utilitária e decorativa da cidade, possa dar mais visibilidade para artistas da região e movimentar a cena artística.
“Temos alguns artistas parceiros fixos que irão expor o seu trabalho no ‘Casarão’ e também temos salas disponíveis para alugar para pessoas que tem interesse em trabalhar no espaço dentro da proposta da casa. Teremos eventos e exposições de arte também”, explica Júlia.
“O Casarão da Lua” irá funcionar de terça a sábado, sempre das 14h às 20h. Estão previstas aulas de cerâmica e em breve, workshops, eventos de arte e exposições. A idealizadora acredita que o novo espaço vem para somar com os outros espaços já existentes na cidade. “Aqui os artistas podem expor e vender seus trabalhos, sendo assim um espaço compartilhado, onde não tem um dono ou um revendedor, mas sim um lugar onde todo mundo pode expor, conviver e compartilhar”, explica.
O Jornal Correio conversou com outros agentes culturais da cidade para divulgar a programação cultural da cidade no mês de dezembro e também fazer uma retrospectiva das atividades ofertadas e as expectativas para o próximo ano.
Boa Música – Em maio desse ano o aconchegante “Travessa 81” retomou suas atividades artísticas na travessa Carlos Ayres, 81. Desde 2019, o local transformou-se num dos locais preferidos dos itapetininganos para ouvir uma boa música. Segundo a proprietária, Cândida Plens, foram realizadas cerca de doze apresentações. Para fechar o ano, amanhã, 10, o Quinteto Sam Jazz Combo estará no local. “Levaremos ao público – com muita irreverência – o melhor do jazz, canções da bossa nova e uma série de improvisações”, conta o músico Gerson Ramos.
“Eu acho que as pessoas gostaram muito dessa volta do Travessa, acredito que a nossa casa tenha um perfil único na cidade, e as pessoas que já vinham antes retomaram com a gente, e também sempre tem pessoas novas nos shows. Parece que cada vez o boca a boca, as redes sociais e jornais colaboram com a divulgação, trazendo mais público”, comenta Cândida.
Para o próximo ano, a proprietária está planejando melhorias para o espaço. “De melhorias em relação ao show, comidinhas, e muitas outras coisas”, revela sem dar detalhes.
Alternativo – O Jornal Correio conversou com uma das idealizadoras da casa colaborativa Cazulo, a artista Thais Trisltz. Ela avalia que o ano foi muito intenso. “Nesse ano o Cazulo teve bastante coisa. Tivemos sarau cultural, encontro de sebos, dois lançamentos de livro, a feira orgânica virou uma quitanda… também tivemos diversas oficinas rolando no decorrer do ano, sobre cristais, crochê, bordado, lettering”, avalia. Um dos grandes sucessos, foi a realização do 2° torneio de UESTOP, clássico jogo que consiste em escrever o máximo de palavras, em determinadas categorias, no menor espaço de tempo.
O Cazulo está em um novo endereço, na rua General Glicério 70, e a expectativa para o próximo ano, com um espaço maior, é a possibilidade de ampliação de outras atividades e a realização de mais “eventos para que mais pessoas tenham acesso à cultura, arte e criar mais parcerias com artistas locais”, conclui.
No próximo dia 22, está prevista a “Tiragem de Tarô” com Gabriel Rochel.
A Tradicional Casa Kennedy – Comandado com dinamismo pelo casal Jorge e Walkiria Paunovic, o Centro Cultual Brasil Estados Unidos – Casa Kennedy organizou em seu espaço importantes exposições de telas, fotos e documentos como “A Beleza dos Anos 60 e a Casa Kennedy”, “Explosão Urbana” (Grafite), “A Arte Realista de Rafael Pires”. Além do lançamento do excelente livro “O Legado da Estrada de Ferro Sorocabana em Itapetininga”, do professor e pesquisador Igor Santana.
Em outras áreas culturais, o local apresentou peças teatrais, cinema e música com destaque as apresentações dos alunos do Projeto Guri e do Projeto Clube da Viola do violeiro Bene Martins. Walkiria explica que esse projeto “é um encontro de violeiros de música raiz da região”.
A diretora do centro cultural conta que a Cantata de Natal do Projeto Guri, ocorrida no último final de semana, “emocionou a todos pelo talento das crianças. Esse projeto que a quatro anos mora na Casa Kennedy socializa e revela talentos”, comenta. O Projeto Guri conta com a coordenação de Ana Paula Pires e os dos professores Antônio Camilo, Esdras Machado e Luciana Porto.
Outro destaque do espaço foram as mediações com alunos da rede pública e privada. Estudantes conheceram, muitos pela primeira vez, o rico acervo artístico do Museu. Engana-se que as atividades culturais estão se encerrando. No dia 17 de dezembro, o centro cultural fará uma homenagem ao aniversário de nascimento do compositor itapetiningano Teddy Vieira (1922–1965), autor de clássicos da música sertaneja como “Boiadeiro Errante”, “Rei do Gado”, “Menino da Porteira”, “Couro de Boi”, entre outras pérolas.
A diretora Walkiria frisa que o trabalho da Casa Kennedy “sobrevive de trabalho voluntário e tem como foco a valorização dos artistas locais”. Para 2023, ela revela que vários projetos estão sendo planejados visando a comemoração dos 75 anos de fundação do espaço.
Teatro – Completando um ano de funcionamento, o Piccolo Teatro situado na rua Virgílio de Resende, 541 – 1º Andar é um espaço destinado a renovação do púbico apaixonado por teatro na cidade. Comandado pelo incansável Fábio Jurera, o espaço promove cursos de iniciação teatral e apresentações do grupo “X do Drama Theatrum”.
Esse ano, Jurera dirigiu nove espetáculos: “A Cigarra e as Formigas”, “A Gaivota”, “A Roupa Nova do Rei”, “Manual Antifeminista”, “Na Mais Tenra Idade”, “Por Força do Hábito”, “Vida sem Filtro”, “Você Conhece o Saci?” e um dos trabalhos mais comentados do ano, “Dois Caipiras”, quando dividiu o palco com o amigo, Bob Vieira.
O espaço abriga o CINA (Curso de Iniciação para Novos Atores) que produziu quatro trabalhos com os alunos. Nesse final de semana, haverá a conclusão do curso com a apresentação da montagem “A História do Natal”. Para aqueles que desejam assistir, é necessário reservar antecipadamente o ingresso. Jurera também está preparando uma montagem com temática natalina “Quem Roubou o Natal?”, nos dias 16, 17 e 18 desse mês, às 20h.
Fábio Jurera acredita que o público aceitou a proposta do espaço que vem funcionado desde do final de 2021. Ele afirma que o local é uma das propostas do local é ser um “criadouro” de novos artistas da cena itapetiningana e um espaço de pesquisa e desenvolvimento da linguagem teatral. O diretor lamenta a pouca frequência do público ligado as atividades culturais na cidade. “Muita gente que se diz ligado a cultura nunca subiu essas escadas! Acho que há uma falta de consciência da demanda teatral. Porém, não quero generalizar”, diz.
SESI – Na próxima sexta-feira, 16, às 20 horas, o violinista, compositor e arranjador Ricardo Herz juntamente com o renomado Ensemble São Paulo irá realizar a última atividade cultural do ano no espaço. No repertório, muita música brasileira desde peças do nosso folclore até composições de Herz. As músicas escolhidas passam por diversos ritmos, como o baião, o choro, o chamamé, toada, entre outros.
Como de costume, o teatro da Vila Rio Branco que completou 15 anos de existência trouxe muitas peças teatrais (“A Hora da Estrela” e “Tatá, o Travesseiro”, entre outras), música (com destaque para 1a Mostra Sesi de Jazz & Blues), cinema (“Down Quixote”) e exposições (“Terra Terreno Território”, “MySelf” e “História em Quadrões – Pinturas de Mauricio de Sousa”, este último com grande sucesso de público).