O quarteto musical Pedra Seca volta a se apresentar hoje no Center Park. Eles se apresentam a partir das 20h30 em um show com releituras das músicas do cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda. O grupo itapetiningano é composto por Danillo Valezi (Voz), Floriano Villaça (Violão), Luiz Felipe (Saxofone e Clarinete) e Rodrigo Sacco (Percussão). No repertório os grandes sucessos do compositor carioca como “Construção”, “Apesar de Você”, “Roda Viva”, entre outras canções, que prometem cativar o público.
O músico Floriano Villaça, responsável pelos arranjos do show, falou sobre a dificuldade de sintetizar a importância de Chico Buarque de Hollanda para a música brasileira. “Acredito que falar do Chico Buarque é muito difícil, entendo que sua importância não é somente uma questão poética. Acho que o Chico tem uma vertente musical muito importante. Ele é uma figura que resgatou o samba, por exemplo. Foi um cara que difundiu o samba canção, a própria Bossa Nova”, diz.
“Musicalmente, seu trabalho é altamente sofisticado em diversos aspectos. Por exemplo, sua parceria com Edu Lobo tem uma nobreza, uma riqueza melódica que poucos músicos chegam. O universo de Chico é muito grande. Por isso a importância de fazer esse trabalho também é para apresentar suas músicas para quem não o conhece. Quando as pessoas as ouve, ali, ao vivo, acabam tendo uma outra ideia”, complementa.
Floriano faz questão de destacar os trabalhos de Chico Buarque em outras modalidades artísticas, como a literatura, cinema e teatro. “Ele é um grande escritor. Eu diria que ele é um humanista. Sempre trazendo um contraste entre uma situação possível, que é buscada para uma situação real. É um cara que como ninguém soube fazer uso das palavras, para mim é um gênio no sentido das colocações das palavras”, comenta.
Uma das personalidades mais destacadas da cultura brasileira, o artista carioca já escreveu os romances “O Estorvo” (1991), “Benjamim” (1995), “Budapeste” (2003) “Leite Derramado” (2009), entre outros. No teatro escreveu “Calabar, o Elogio da Traição (1973), em parceria com Ruy Guerra, “Roda Viva” (1967) e “Gota d’água” (1975), com o dramaturgo Paulo Pontes, seu maior sucesso, interpretado magistralmente por Bibi Ferreira. No cinema sua grande estreia foi “Quando o Carnaval Chegar”, de Cacá Diegues – filme que também atuou -, entre outros sucessos.
Para Floriano Villaça “Estamos vivendo um momento da obviedade na arte. A música, por exemplo, tem um papel relevante de transformação social e creio que o Chico sai dessa obviedade, assim como Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre tantos outros. Muita gente que assiste o show e que não tinha contato com as obras dele, se surpreende com a riqueza. O Chico é uma pérola para sairmos da obviedade dos tempos que vivemos em nosso País”, conclui.
O vocalista do quarteto Pedra Seca, Danillo Valezi, está muito contente com o resultado desse trabalho. Segundo o artista, na primeira apresentação, ocorrida no último dia 15 de julho, a recepção do público “foi muito boa. O trabalho é bem original, bem autêntico e vem exigindo bastante, mas o feedback da galera está sendo muito legal”, completa.
Os primeiros trabalhos do grupo Pedra Seca foram com a Bossa Nova apresentando as composições de Tom Jobim e João Gilberto. Para o vocalista Danillo Valezi, a escolha das músicas de Chico Buarque foi um caminho natural.
“Ele representa muito a nossa MPB. Tocá-lo é mágico. Suas letras são muito impactantes. Suas músicas são muito diversas e a gente gosta de explorar essas possibilidades. Mas é um grande desafio”, pontua Valezi.
Para Valezi, a música de Chico Buarque traduz bastante a energia da nossa música. “As músicas dele são sofisticadas, mas que conversam com o universo popular. A gente vem ensaiando faz tempo para conseguirmos chegar nesse resultado que o público pode conferir hoje à noite.
O artista comenta que o grupo estará lançado em breve seu primeiro álbum. Com duas músicas compostas por Valezi e três releituras de clássicos da Bossa Nova: “Água de Beber”, “Onde Anda Você” e “Chega de Saudade”. O trabalho foi gravado no estúdio da FATEC de Tatuí.
Exposição – A partir de hoje, o SESI apresenta a exposição “My Selfie”, da artista paulistana Gigi Manfrinato. A visitação gratuita acontece de terça a sábado, das 9h às 20h, exceto feriados.
Ao longo de sua carreira, a artista desenvolveu uma técnica de esculturas em tamanho real utilizando argila, molde de gesso e empapelamento com jornal, além de tecido, cimento e cola. Para “My Selfie”, ela criou 23 esculturas que apresentam personagens em tamanho real de diferentes épocas históricas posando para uma foto coletiva.
Com textos curtos sobre a história da fotografia e uma sintética linha do tempo, Gigi convida o visitante a participar de sua instalação disponibilizando roupas, adereços e também banquinhos estrategicamente posicionados que podem ser usados pelo público para fazer parte desta grande selfie.
“Apresento de forma lúdica um recorte histórico de como as pessoas foram retratadas ao longo do tempo e a fotografia se desenvolveu. O público pode interagir com as obras, ressignificando o trabalho por participar dele e modificá-lo. Brinca-se, também, com o próprio conceito de representação, tanto da obra escultórica quanto das fotografias digitais”, conta a artista.
O fenômeno da selfie na contemporaneidade também é abordado na instalação. “Queremos trazer a discussão sobre a revolução tecnológica, que possibilitou o acesso da população aos smartphones e mudou o conceito de autorretrato”.
Para além da dicotomia entre fotografia documental e artística, que foi fartamente discutida no século XX, propõe-se também problematizar os limites entre público e privado, cada vez mais diluídos na atualidade. “O privado, ao se tornar público, torna-se também um item de consumo, como Barthes intuía em ‘A Câmara Clara’. E isso esbarra numa intenção de imprimir completude num momento de felicidade. Quantas são as selfies postadas em redes sociais que pretendem traduzir esse hiato de prazer? Ao tomar a realidade para si, transforma-se a realidade em uma sombra, um vir a ser nunca concretizado. Não à toa ressoa a máxima ‘a grama do vizinho é sempre mais verde’. As representações postadas incansavelmente nas redes criam essa ilusão e, quando a fotografia se esvazia de sentido, é só postar mais uma série com a rapidez de um clique”, conclui Gigi Manfrinato.
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