“Faça aquilo que você realmente ama, pois um trabalho é isso, quando você descobre o que quer fazer e ama aquilo, então o sucesso e o dinheiro são consequências do teu bom trabalho”.
Isso é o que diz Rui Pires, produtor de renomados filmes como “Carandiru” (2003), “Entre Vales” (2012), “Até que a Sorte nos Separe 3” (2015), “Era o Hotel Cambridge” (2016), entre outros.
Pires, iniciou sua carreira em 94 como freelancer, prestando serviço em gestão de produção em videoarte, como videoclipes, peças de teatro… Mais tarde, Rui começou a produzir curta-metragem, dando início no cinema em 1997, quando teve seu primeiro longa-metragem lançado. Desde então, Rui vive exclusivamente do audiovisual.
Conseguir produzir cinema independente no Brasil é sua maior realização profissional. Para ele, viver somente do audiovisual é a grande conquista em sua vida, visto ainda, em um país como o Brasil, onde a Lei de Incentivo à Cultura é tão precária.
Intitulado “Era o Hotel Cambridge”, foi um dos projetos mais desafiadores para ele. Dirigido por Eliane Caffé, o filme conta a inusitada trajetória de um grupo de refugiados que divide com os sem-teto uma ocupação no centro de São Paulo. Na tensão diária pela ameaça de despejo, revelam-se pequenos dramas, alegrias e diferentes visões de mundo dos ocupantes. O filme recebeu o Prêmio da Indústria no Festival de San Sebastián e o Troféu Hubert Buls Fund no Festival de Rotterdam.
Ao lado de “André Montenegro”, hoje ele tem sua própria produtora audiovisual voltada para o mercado de cinema e TV, do Brasil e do exterior, a “Aurora Filmes”. Fundada em 2006, a “Aurora Filmes” acredita no poder da arte de emocionar e transformar, de trazer novas reflexões e provocar discussões importantes sobre os mais variados temas, e já produziu filmes como “Comédia Divina” (2017), “A Via Láctea” (2007), “Estamos Juntos” (2011), entre outros.
Diversos projetos da produtora tiveram participação em grandes festivais internacionais, os quais são aclamados pela crítica e público, recebendo importantes reconhecimentos. Entre eles estão: o Prêmio Hubert Bals Fund (Holanda) e o Prêmio da Indústria/Cine em Construcción do Festival de San Sebastián (Espanha), além de terem participado e sido premiados em importantes festivais, como Festival de Cannes, Berlinale, Locarno Festival, Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano de Havana, Festival Cinélatino Encontros de Tolouse, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival de Brasília, Festival do Rio, Mostra Tiradentes, entre outros.
Atualmente, Rui também presta serviço para outras produtoras como freelancer, e já tem em vista dois grandes projetos no Rio de Janeiro.
Apesar de ser natural de Jacarezinho, Paraná, o produtor tem relação com Itapetininga, os pais de sua esposa moram na cidade e Rui tenta visitá-los sempre que possível.
Lançamentos inéditos
Para este ano, 4 projetos estão previstos para serem lançados, são eles:
• O longa-metragem com direção do falecido Arnaldo Jabor, intitulado “Meu último desejo”. Baseado no conto “O Livro dos Panegíricos”, de Rubem Fonseca, o longa conta a história de Doutor, um ex-político famoso que agora passa os dias sozinho, em uma cadeira de rodas, e rodeado por lembranças do passado obscuro.
• Longa-metragem “Meu casulo de drywall” da diretora Caroline Fioratti, que aborda saúde mental na adolescência.
• Documentário “Para onde voam as feiticeiras”, que acompanha um grupo de performers LGBTQIA+ em intervenções artísticas no centro da cidade de São Paulo, direção de Eliane Caffé.
• Documentário “Travessia” que conta a história de mulheres refugiadas.

