Juliana Cirila
Há pouco mais de um ano no mercado cultural, uma produtora independente tem se destacado por promover a cultura afro-indígena. A ideia surgiu após os fundadores perceberem que com o decorrer do tempo essa cultura estava se perdendo e as novas gerações não tinha conhecimento.
O idealizador, diretor e produtor artístico Luís Roberto dos Santos Trevisani, contou que a produtora surgiu necessidade pessoal de voltar a atenção para os artistas interioranos. “Acima de tudo, da nossa região, já que nasci aqui, e até então nunca tinha me dedicado a trabalhar exclusivamente com esse cenário. Falar abertamente sobre as pautas étnicas-sociais, a fim de contribuir moralmente e socialmente com estas questões, já que a arte, por tão humana que é, se relaciona por completo com o meio que está inserida”.
Sobre a produtora, Trevisani falou que é responsável por conectar todos os pontos necessários para tirar um projeto do papel. “Desta maneira o artista precisa se preocupar em apenas criar, já que todos os processos de bastidor, como desenvolver projetos, produzir e executar é de responsabilidade da produtora”.
Após um estudo o produtor artístico notou uma grande quantidade de artistas e por achar que o setor artístico era um setor caro, acabava deixando seu sonho de lado. “O artista sozinho não consegue por sua vez dar conta de todas as demandas referente ao seu processo artístico, e a falta de “apoio” nesta situação, produção artística, acaba desfavorecendo toda a classe de uma maneira geral, apresentando talvez, novas perspectivas para nossos artistas, e tornando cada vez mais familiar este ramo de produção”, comentou.
Trevisani também contou que a produtora trabalha de forma independente, apoiando diversos artista de Itapetininga e no Brasil. “Nós nos unimos em projeto com uma ou mais parcerias, por este motivo somos uma família grande, produzimos a arte nos mais diversos segmentos culturais.”
O produtor artístico também contou que a missão da produtora sempre apoiar e incentivar a arte-cultura. “Principalmente com as questões étnicas e ambientais, e quem se identifica de alguma maneira, pode entrar em contato conosco, para sugerir algo, dar algum conselho, propor parceria, ou se informar como pode colaborar com esta causa”.
Ainda sobre as questões étnicas o produtor contou o que motivou a montar a produtora focando na cultura afro indígenas. “Nossa luta é sempre pela diversidade, pelo simples fato de eu ser um descendente indígena, pelo fato de todas as pessoas ao meu redor, de alguma maneira pertencer a este universo afro e indígena, pelo fato do Brasil ser um país indígena e africano. Por estes motivos entendemos a necessidade de se evidenciar não só a arte-cultura como também os artistas e profissionais negros e indígenas, a fim de mostrar um brasil cultural, como muitas das vezes nem o próprio brasileiro lembra como é”.
Sobre pessoas que se identificam com a cultura afro/indígena Trevisani comentou que a intenção da produtora é que as pessoas possam conhecer a cultura brasileira. “Não temos de forma alguma a intensão é segregar pessoas, muito menos impor algum senso de superioridade sob as demais manifestações da cultura brasileira, nossa total intenção é apenas situar, não como a melhor, e sim como mais uma das tantas e ricas manifestações da arte aqui no Brasil.”