O projeto “Sexta é Nóis” vem transformando a vida de crianças e adolescentes há 13 anos. Localizado em uma chácara no bairro Jardim Nova Era, popularmente conhecido como Taboãozinho, doada por um empresário há três anos, o projeto expandiu suas atividades e hoje atende 164 crianças matriculadas, com outras 44 na lista de espera, oferecendo uma perspectiva de futuro e esperança através de oficinas de educação e cultura.
O antigo espaço, alugado e pequeno, limitava os encontros a sextas-feiras, o que inspirou o nome do projeto. Bob Almeida, um dos fundadores do projeto, relembra os tempos passados: “Lá a gente assistia 50 crianças, hoje aqui nesse espaço são 164 crianças matriculadas”.
Oficinas e capacitação
O projeto funciona durante a noite, possibilitando que as crianças e adolescentes, que estudam durante o dia, possam participar das diversas oficinas oferecidas. E são muitas as atividades disponíveis: oficina de comida oriental, oficina de hip hop, aulas de violão, bateria e canto, além de aulas de futebol, skate e até uma “oficina de sobrevivência” que auxilia os jovens com reforço escolar em matemática, e o “jogo da vida”, que reforça o aprendizado de língua portuguesa.
A diversidade de atividades também inclui atendimento psicopedagógico para casos específicos, aulas de libras, inglês, informática, curso de bijuteria, panificação, e ainda uma horta comunitária, onde as crianças plantam, cuidam, colhem, se alimentam e levam para casa.
O objetivo principal do “Sexta é Nóis” é proporcionar oportunidades e prevenir que os adolescentes se envolvam com o mundo das drogas e do crime. “Nós estamos em um ambiente complicado, então a nossa ideia aqui é prevenção e gerar oportunidade além de diversão e entretenimento, mas também gerar capacitação para que eles tenham escolha na vida”, destaca Bob.
O projeto atende crianças e adolescentes com idade entre 6 e 18 anos, divididos em grupos por faixa etária. As segundas e quintas-feiras são dedicadas às crianças de 6 a 11 anos, enquanto as terças e sextas-feiras são destinadas aos adolescentes de 12 a 18 anos. Às quartas-feiras são reservadas para oficinas de estudo, que são livres, e aos sábados todos se unem para cuidar da horta.
Para a assistente social Ane, voluntária do ‘Sexta’ há mais de 3 anos, o projeto vai além de oferecer atividades. “Esse projeto serve como uma forma de dar acesso ao direito e à dignidade para essas crianças e adolescentes”.
As histórias de transformação não faltam entre os participantes. Beatriz, de 13 anos, conta que teve seu primeiro contato com o projeto durante um acampamento promovido por eles. “Eu fui muito bem acolhida, então fiz minha inscrição e comecei a participar do projeto. Gosto das aulas de libras e de jogar bola. Esse projeto é minha segunda família”.
Desafios
Atualmente, o projeto conta com o apoio de 35 voluntários, mas um dos maiores desafios enfrentados, segundo Bob, é a aquisição de recursos financeiros para a alimentação e outras despesas. “Hoje a gente só tem essa lista de espera porque a gente não tem recurso financeiro para alimentação, que é um custo fixo já que a gente serve refeições em todos os encontros, além dos custos específicos e esporádicos que vão surgindo”, explica o voluntário.
O projeto também busca parcerias para oferecer cursos de capacitação e complementar a formação dos atendidos. O sonho dos idealizadores é expandir o projeto para outras comunidades no futuro, ampliando seu impacto social.
Além das atividades regulares, o “Sexta é Nóis” ainda contribui com famílias em situação de vulnerabilidade da comunidade, distribuindo cestas básicas recebidas por meio de doações.




