A produção de grãos no Brasil deverá ficar em 254 milhões de toneladas, segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021 divulgado na terça-feira, dia 10, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A previsão apresenta uma queda de 1,2%, na comparação com o levantamento anterior. De acordo com a Conab, o volume menor se deve ao impacto causado pelo clima adverso nas lavouras e na produção do país. Na região de Itapetininga, produtores conseguiram recuperar cerca de 50% da produção de milho.
Julieidso Rodrigues Moraes, técnico agrícola do Sindicato Rural de Itapetininga, disse que 100% da cultura de milho foi afetada pelo clima. “A cultura do milho foi totalmente afetada pelo clima frio. Eles colhem e depois veem quais grãos conseguem salvar. Cerca de 40% a 50% são salvas. A maior dificuldade é realmente o frio, pois, até a falta de chuva conseguimos ‘controlar’, mas o frio não. O produtor já planta sabendo dos riscos. Agora, é a época de plantar feijão e contamos com a ajuda do tempo para que não atrapalhe”.
Daniel Nassif, engenheiro agrônomo e professor de meteorologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), explicou como o clima afeta as culturas agrícolas. “Quando temos temperatura muito elevada ou muito baixa, isso prejudica totalmente as culturas agrícolas. Passamos por três massas polares intensas, as quais trouxeram geada para a região, fazendo com que o congelamento das folhas das culturas resultasse em morte do tecido das plantas e em diversos casos, perda da produção”.
“Agora em agosto até o início do verão, é muito comum o aumento da temperatura, mas sem a chegada das chuvas, isso faz com que seja necessário o uso de irrigação. Os produtores que não possuem sistemas de irrigação podem sofrer com o atraso no plantio da próxima safra, esperando as chuvas. Resumindo, toda cultura agrícola precisa de condições ideais de temperatura e chuva, e sempre que temos muito calor ou frio, ou muita chuva ou tempo seco, observamos uma queda na produção e consequente elevação dos preços para o consumidor final”.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de se evitar esse tipo de desperdício no campo, Nassif respondeu que em alguns casos é possível. “No frio, o uso de casas de vegetação para produtos da horticultura auxilia bastante, e em áreas abertas, quando ocorre geada, o uso da irrigação por aspersão é bastante eficiente para evitar perdas, sendo essa técnica muito utilizada na produção de frutas na Região Sul do Brasil. Já no calor, o maior problema é a falta de água suficiente para as plantas, o que pode ser corrigido com a irrigação da área. Hoje em dia também temos à disposição bastante tecnologia que auxilia o monitoramento das plantações, o que traz mais clareza nas decisões que os produtores devem tomar reduzindo as perdas causadas pelo clima”.
Ainda de acordo com o professor de meteorologia, não há mais previsão de geada para os próximos meses até a chegada da primavera. “Teremos mais entradas de frentes frias, mas apenas refrescando o tempo e trazendo alguma chuva, ainda em baixo volume”.
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