“A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças.” Esse relato da catadora de reciclável Carolina Maria de Jesus, publicado no livro “Quarto de Despejo”, alertou os governos para colocar em prática a transferência de renda e o combate à fome. De acordo com informações confirmadas pelo Governo Federal, Itapetininga recebeu R$ 82,8 milhões recursos enviados diretamente para os moradores como auxílio social.
Entre as verbas estão os repasses do Novo Bolsa Família, por exemplo, que até julho transferiu R$ 28,3 milhões. Os recursos beneficiaram 43.493 pessoas. Isso representa 30,1% da população de Itapetininga. Os dados são do Portal da Transparência – Controladoria Geral da União. “Recebo o Bolsa Família há 16 anos. Esse dinheiro ajuda na despesa da casa e para a criança. Já tive dias que eu quase não tinha o que comer. Passei sufoco Mas isso não existe mais”, disse Pamela Xavier.
São mais de 5 mil crianças e 600 gestantes atendidas pelo programa na cidade. Dos assistidos que recebem o Bolsa Família, 85% são chefiadas por mulheres. Segundo dados do Cadastro Único, Itapetininga possui aproximadamente 20 mil famílias que vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo. Esse é o perfil da população assistida na cidade.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC), que repassa um salário mínimo mensal a idosos e deficientes, atingiu a cifra de R$ 36,5 milhões para itapetininganos, de acordo com o Portal da Transparência – Controladoria Geral da União. Conforme o governo federal, em Itapetininga o BPC atende 23.357. São pessoas com deficiência e idosas. Estes auxílios e programas sociais da União, conforme técnicos, garantem renda para a uma parcela significativa da população.
Seguro-desemprego
Para atender o programa do Seguro-Desemprego, foram transferidos para a cidade neste ano R$ 17,85 milhões, conforme dados da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal. Foram atendidas 2.918 pessoas entre janeiro a julho, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego. Além disso, se for a primeira solicitação, é preciso ter recebido salário com carteira assinada por, no mínimo, 12 meses nos últimos 18 meses imediatamente anteriores à data da demissão.
Para a segunda solicitação: é necessário ter trabalhado ao menos nove meses dos últimos 12 meses anteriores à data da demissão. O prazo é reduzido a partir da terceira solicitação, pois o governo federal exige apenas ter recebido cada um dos seis meses anteriores à data da demissão. Esse programa garante recurso para o pagamento das contas do dia a dia e compra de alimentos para a família.