O Relatório das Nações Unidas mostra que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil. A pesquisa divulgada neste ano, aponta que em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país. O quadro drástico de não ter alimentos que afligia 17,2 milhões de brasileiros, em 2022, caiu para 2,5 milhões em 2023.
Para contornar a situação, o atual governo federal retomou o Bolsa Família com a comprovação de frequência escolar, de atualização de vacinação, grávidas deverão fazer o pré-natal e crianças até seis anos deverão ter acompanhamento nutricional. É realizado o pagamento adicional de R$ 50, para cada dependente entre sete e 18 anos e gestante. No total, as famílias beneficiadas pelo programa receberão um valor mínimo de R$ 600, com um adicional de R$ 150 por criança de até seis anos.
Os dados da ONU, que utiliza metodologia diferente, confirmam os resultados apontados recentemente pelo IBGE. No órgão oficial, os números indicam que mais de 24 milhões de brasileiros saíram da condição de fome entre 2022 e 2023. Segundo a metodologia da FAO, a insegurança alimentar severa é quando a pessoa está de fato sem acesso a alimentos, e passa um dia inteiro ou mais sem comer.
O relatório produzido conjuntamente por agências da ONU como FAO, FIDA, UNICEF, PMA e OMS – atualiza anualmente o “Mapa da Fome”, como o documento é mais conhecido no país. O lançamento ocorre no mesmo dia da Reunião Ministerial da Força Tarefa do G20 para a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Retornou ao Mapa da Fome
O Brasil retornou, durante a pandemia, ao vergonhoso Mapa da Fome. O país, que havia deixado a triste situação em 2014, agora trabalha para cadastrar as famílias em situação de vulnerabilidade social no Bolsa Família. “A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico e o acirramento das desigualdades sociais tornam o quadro ainda mais perverso”, apontou Ana Maria Segall, médica epidemiologista e pesquisadora da Rede Pensssan.
Na época da pandemia, do ex-presidente Bolsonaro, as famílias chegaram a fazer fila em açougues para poder comer pele de frango e ossos, em setembro de 2021. “Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país”, apontou Ana Maria Segall, médica epidemiologista.