Itapetininga tem registrado um movimento significativo no mercado de ovos. A cidade, que abriga o único entreposto especializado da região, tem se destacado pela oferta de produtos frescos e com certificação de qualidade. Com empresas que atendem tanto o varejo quanto o atacado, reforçando o papel do ovo como um dos alimentos mais acessíveis e nutritivos para todas as classes sociais.
O comerciante e diretor de uma empresa especialista em ovos no município, Júlio Ciro Sonoda, explica que seu negócio não produz ovos diretamente, mas mantém parcerias estratégicas com granjas. “Não produzimos, temos parcerias com granjas certificadas e inspecionadas pelos órgãos sanitários, garantindo a qualidade do produto”, afirma. As granjas parceiras seguem as normas do Serviço de Inspeção Federal (SIF), o que garante segurança e procedência ao consumidor final.
Outro diferencial da empresa de Júlio é o tempo de armazenamento e transporte, que é cuidadosamente monitorado. “Recebemos ovos todos os dias para garantir frescor. No nosso caso, o prazo máximo entre a produção e o envio ao cliente é de 48 horas”, detalha.
O portfólio da empresa inclui ovos de granja e ovos caipiras, estes últimos criados em um sistema mais natural, em que as aves têm acesso ao pasto e botam em ninhos naturais. Essa prática está em crescimento, acompanhando uma tendência de mercado que valoriza condições mais humanizadas de criação. “O mercado de ovos caipiras está crescendo devido às condições em que as aves são criadas. Trabalhamos com todos os tipos de ovos, dependendo do perfil do cliente”, ressalta o diretor.
Os ovos comercializados pela empresa atendem uma ampla gama de consumidores e finalidades. “Vendemos para supermercados, mercearias, padarias, docerias, açougues, lanchonetes, restaurantes e cozinhas industriais. Nosso portfólio de clientes alcança todas as classes sociais e finalidades do produto”, afirma Sonoda.
Quando questionado sobre preços, o comerciante admite que a empresa não busca competir pelo menor valor, mas pela qualidade do produto. “Não temos o melhor preço que a concorrência, porque compramos a produção do dia das granjas parceiras. Além disso, somos o único entreposto de ovos da cidade que cumpre as normas exigidas, com certificação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e uma médica veterinária responsável técnica”, explica.
A empresa segue rigorosos protocolos de armazenamento e manuseio, tanto no entreposto quanto no transporte. “No entreposto, os ovos são armazenados em pallets, em locais limpos, secos, cobertos e com temperatura controlada. Durante o manuseio, passam por ovoscopia para detectar trincas na casca, e nossos colaboradores seguem o Manual de Boas Práticas. Já os veículos são higienizados com amônia quaternária após cada entrega”.
Para o consumidor final, a recomendação é simples: conservar os ovos em geladeira para preservar a qualidade. Sonoda ainda faz questão de destacar a importância da procedência. “Ovo é o melhor e mais completo alimento que existe. Por isso, recomendamos que o cliente compre ovos de procedência”.
A produtora Maria Luísa da Silva, de 28 anos, iniciou recentemente sua produção de ovos, de forma sustentável em sua pequena propriedade rural, localizada no bairro Campininha.
“Cresci vendo meus avós cuidando de galinhas e isso sempre me encantou. No começo deste ano, decidi juntar minhas economias e começar a minha pequena produção de ovos caipiras”, conta a pequena produtora, que hoje cuida de todas as etapas do negócio de forma individual.
Sua criação, segundo ela, é modesta. Um lote inicial de 50 galinhas poedeiras, criadas soltas e alimentadas com milho e restos de vegetais orgânicos produzidos em sua pequena horta. Apesar do tamanho reduzido da produção, Maria Luísa é rigorosa com a qualidade. “Eu não trabalho com grande volume, mas faço questão de oferecer ovos frescos e saudáveis. A cada dia aprendo mais sobre manejo e bem-estar animal para melhorar meu produto”, explica.
Para garantir a entrada no mercado, ela tem buscado estabelecer parcerias com comércios locais, como feiras de agricultores e outros locais. “Ainda estou começando, mas já percebo que há muita demanda por ovos caipiras. Os consumidores procuram cada vez mais por alimentos que tenham procedência e sejam produzidos de forma responsável”.
Maria Luísa destaca que o início no ramo não tem sido fácil. Os desafios incluem desde a adaptação às necessidades das aves até a gestão financeira. “É um aprendizado constante. Todo dia enfrento algo novo, mas acho que isso faz parte do processo. Tenho que lidar com os custos da ração, cuidar da limpeza do espaço e garantir que tudo esteja em conformidade com as normas sanitárias”, afirma.
Apesar dos obstáculos, Maria Luísa está otimista com o futuro de sua pequena produção e já sonha em expandi-la. “Meu próximo objetivo é aumentar o plantel e investir em um espaço maior, mas tudo com calma. Quero continuar sendo uma produtora que respeita os animais e entrega qualidade. Não pretendo competir com grandes granjas, mas quero construir um nome confiável no mercado local”, conclui.