O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 apontou que as escolas públicas de Itapetininga patinaram e mantiveram média de dois atrás em 6,4 para o 1º ao 5º ano do ensino fundamental. A rede municipal, com um extenso número de escolas, ficou 0,1 abaixo em comparação aos 6,3 pontos recebidos em 2019. O novo indicador reflete ainda, conforme especialistas em educação, os efeitos negativos da pandemia.
Com reduzido número de unidades participantes, a rede estadual anotou média de 7,2. Estes dados foram divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC). A rede municipal ainda não repetiu o desempenho dos anos de 2017 e 2019 que atingiu a meta antecipada para 2021. Naqueles anos, anteriores à pandemia da Covid, a escola pública municipal assinalou Ideb de 6,5.
Com o isolamento social e o afastamento dos alunos da escola, a queda do rendimento nas provas do Saeb foi registrada por duas vezes consecutivas. Conforme o diretor de Políticas Públicas do Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, as redes de ensino ainda não se recuperaram da pandemia, o que interfere diretamente nos resultados do Ideb.
Ele pondera que muitos estudantes apresentam carência de conhecimento devido à falta de aulas que ocorreu naquela ocasião. “Os níveis de aprendizagem estão mais baixos do que os patamares anteriores à pandemia, porque as redes de ensino ainda enfrentam problemas de recomposição de conteúdos. Esses estudantes que fizeram a prova em 2023 ainda estão em níveis mais baixos ao anterior”, afirmou o especialista.
Escolas que avançaram
Porém, duas escolas municipais não vacilaram e avançaram na média do Ideb. A Emef Profª Maria Apparecida Idálio, da Vila Barth 2, registrou nota 6,9. Já a Emef Edison de Abreu de Souza, do Jardim Monte Santo, obteve 6,8. As duas unidades já superaram a meta estabelecida pelo MEC.
Conforme as informações publicadas pelo Inep, apenas quatro unidades não alcançaram média 6. Todas com pontuação acima de cinco. Já as duas escolas com notas mais baixas foram a Emef Profª Nazira Iared (5,1), da Vila Mazzei, e a Emef Profª Evanilde Shirley Majewski (5,3), da Vila Prado.
Neste exame, 26 escolas municipais participaram. Na lista do MEC são apresentadas 31 unidades, que mesmo com algumas ausências, têm metas para o próximo biênio a serem perseguidas por professores, diretores e estudantes.
Major Fonseca: a melhor
A Escola Estadual Major Fonseca é, segundo dados do Inep, a melhor escola de Itapetininga, com nota 7,9. A segunda escola é Prof. Ataliba Júlio de Oliveira, da Vila Nova Itapetininga, com Ideb 7,7, que se torna a segunda melhor escola da cidade, no ciclo inicial do ensino fundamental. Das 13 escolas estaduais, 10 ficaram ausentes, segundo a tabela publicada pelo Inep.
Ceará é destaque nacional
No ranking das 100 melhores escolas no país, nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano), estão localizadas 68 no Ceará. O motivo é explicado pela ampla reforma adotada, em 2007, pelo estado que pautou pela colaboração entre estado e municípios na alfabetização de alunos na idade certa.
Para financiar essa reforma, o governo estadual do Ceará destina 10% do Imposto Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para educação dos municípios para a educação básica. Esses recursos financiam o fortalecimento da aprendizagem aos alunos e a diminuição de desigualdades entre os estudantes da rede. O resultado é percebido no Ideb.