Milton Cardoso
Especial para Correio
O incansável Cícero Vaz de Almeida, ex-atleta, ex-dirigente e torcedor casiano, através da editora Clube de Autores, lança na noite de hoje, às 19h30, dois livros: “Corrida 75 anos do CASI” e “Sôco Pereira – DERAC: Para Sempre”. O primeiro título registra o planejamento, a realização e os participantes da corrida que celebrou os 75 anos do clube, Clube Atlético Sorocabana de Itapetininga, o CASI, ocorrido no ano passado, em 28 de novembro. O segundo título, com aproximadamente 70 páginas, é a biografia de um dos maiores zagueiros da história do futebol itapetiningano: Sérgio Amilcar Pereira, mais conhecido por Sôco.
Criador do blog Museu Virtual do DERAC e autor do livro de memórias “CASI 75 anos – Tanto Suor Derramado, Não Poderia Ficar em Vão”, o são paulino Cícero cada vez mais vem se dedicando a publicação de livros, registando a história esportiva da cidade. Sobre os lançamentos de hoje, ele afirma estar muito feliz, pois vão ao “encontro daquilo que eu gosto, histórias de pessoas que muito contribuíram para a sociedade, dando exemplos de vida, de idealismo, de realizações para o bem da coletividade”.
Com a publicação da biografia “Sôco Pereira – DERAC: Para Sempre”, Cícero vem preencher uma das várias lacunas existentes na memória futebolística itapetiningana. Com uma rigorosa pesquisa, o autor registra a história do jogador desde das primeiras partidas em Buri e Capão Bonito até a sua aposentadoria. Dividido em pequenos capítulos e recheado de imagens, o livro traz momentos alegres, jogos memoráveis e curiosidades sobre Sôco Pereira, uma das figuras mais carismáticas do futebol local.
A minuciosa pesquisa que Cícero fez sobre Sôco irá impressionar os amantes da história do futebol itapetiningano. “Foi com muita satisfação que separei algumas horas diárias para escrever sobre Sôco Pereira. O que pude observar, coletar, criar, que achava que poderia colocar nestas páginas eu o fiz”, escreve o autor em suas considerações finais. “As passagens da vida de Sôco Pereira como esportista ao meu alcance estão aqui, e ficará à disposição daqueles que gostam de leitura”, conclui. Escrito de forma simples e apaixonada, o livro é leitura obrigatória para os torcedores apaixonados pela época áurea do futebol na cidade
O Eterno Zagueiro Deraqueano – Nascido em 6 de fevereiro de 1941, na cidade de Bernardino de Campos (SP), Sôco deu seus primeiros chutes na bola em Buri, participando de pelejas varzeanas em outros times da região. Foi em Capão Bonito, aos 15 anos, que disputou o seu primeiro campeonato, como atacante. Segundo o livro, ele tinha uma técnica diferenciada, atuando em diversas posições, como “ponta–esquerda” foi convocado para a seleção de Capão Bonito, revela Cícero.
Em 1957, convidado por um dirigente do time de Campininha do Monte Alegre, disputou como titular uma partida contra a forte equipe do E. C. Santana de Itapeva. Este jogo agradou os comandantes da equipe amadora então, ele passou a disputar várias partidas pelo clube ganhando seus primeiros “bichos” como jogador de futebol. Neste mesmo ano, foi convidado para treinar na Portuguesa Desportos, porém não se adaptou. Antes de ingressar em um time de Sorocaba, Sôco também treinou no Nacional da capital.
Finalmente em 1959, Sôco chegou em Itapetininga. O Derac na época preparava-se para disputar a 3ª divisão do Campeonato Paulista. Segundo o livro, a estreia do zagueiro foi marcada com uma vitória em São Miguel Arcanjo, sob o comando de Humberto Capelli – importante treinador que o orientou nos principais fundamentos técnicos e táticos. Pela camisa canarinha ganhou notoriedade, encerrando sua carreira como jogador do DERAC em 1967. Como jogador profissional, atuou ainda pelas equipes do AA Portofelicense e EC São José dos Campos.
Em 1971, Sôco começou a carreira como treinador de futebol dirigindo o Bandeirante FC, da cidade de Itaberá. Treinou outras equipes paulistas, paranaenses e sul mato-grossense. Em 1977, 1988 e 1989 comandou a equipe do DERAC. Atualmente reside em Rolândia (PR), onde foi secretário de esporte da cidade de 2001 até 2008.
Em julho de 2017, no palco do teatro do Sesi, emocionado, Sôco afirmou que considera Itapetininga sua cidade natal. “Eu sou aquele que dentro do campo dava a vida pelo clube (…) jogando pelo Derac, sempre com carinho, com respeito e com amor àquilo que eu fazia”.