A prática regular de exercícios físicos desempenha um papel essencial no processo de envelhecimento. Com o avanço da idade, a perda de massa muscular, o declínio da mobilidade e o aumento do risco de doenças crônicas são desafios comuns. No entanto, um programa de atividades físicas adequado pode garantir uma vida mais ativa e independente.
Para entender melhor os benefícios dos exercícios para a terceira idade, o fisioterapeuta Keven Fernandes explicou como a musculação e outras práticas podem transformar a saúde de idosos.
De acordo com Fernandes, o fortalecimento muscular é crucial para prevenir doenças frequentes na terceira idade. “O que mais afeta os idosos é a questão das quedas. Fortalecer o membro inferior e trabalhar o equilíbrio é essencial para evitar acidentes”, afirma. Ele também alerta para a sarcopenia, que é a perda progressiva de massa muscular decorrente do envelhecimento. “Depois dos 25 ou 30 anos, perdemos cerca de 5% de massa muscular a cada década se não houver estímulo. O treino funciona como prevenção.”
Outro ponto importante mencionado pelo fisioterapeuta é o impacto dos exercícios na regulação da glicose. “Atividades como musculação, pilates, caminhada ou até lutas ajudam a absorver melhor o açúcar pela musculatura, reduzindo os níveis de glicose no sangue e prevenindo a diabetes, por exemplo”, explica.
Idosos que praticam exercícios regularmente apresentam melhoras notáveis na qualidade de vida, tanto no físico, como no emocional, conforme relatado por Keven. “O nível de independência deles aumenta muito. Eles conseguem realizar atividades diárias de forma tranquila e se sentem mais dispostos”. Ele destaca ainda que, além dos benefícios físicos, os exercícios ajudam na regulação hormonal e no bem-estar emocional.
“Muitos dos meus pacientes relatam que, com os exercícios, puderam voltar a brincar e carregar os netos, por exemplo. São tarefas simples, mas que pra eles significam muito”.
Apesar disso, planejar atividades para idosos exige atenção especial. “Precisamos avaliar a saúde geral e adaptar os exercícios às necessidades específicas de cada um. Já trabalhei com pacientes que tinham escoliose severa ou até amputações. Não podemos deixá-los parados, pois isso acelera a perda muscular e compromete a mobilidade”, ressalta o fisioterapeuta.
Para evitar frustrações e lesões, a supervisão constante é indispensável. “Idosos podem ficar desmotivados se se machucarem ou não conseguirem realizar os exercícios corretamente. Por isso, ajustar a postura e controlar a carga são medidas essenciais”, acrescenta.
A fisioterapia tem um papel determinante no acompanhamento dos idosos que praticam musculação. “Não basta estruturar um treino básico. O fisioterapeuta precisa corrigir posturas, monitorar a execução e ajustar os exercícios conforme o desenvolvimento do paciente”, explica. O objetivo é melhorar não só a dor, mas também as causas subjacentes, promovendo uma vida mais funcional.
Para isso, manter os idosos motivados também é parte fundamental do processo. “Quando eles percebem que conseguem fazer coisas simples novamente, como escovar os cabelos, preparar uma refeição ou até brincar com os netos, como já citado, isso vira a maior fonte de motivação”, finaliza Keven.
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