Uma casa com materiais sustentáveis é a busca principal de engenheiros e arquitetos. Uma experiência bem sucedida conseguiu 25% de economia em comparação à convencional. Além disso, algo que todo o morador deseja: em menos de uma semana – a partir do alicerce já pronto, está pronta a residência.
O modelo foi construído em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. O projeto da casa sustentável é feito pelo espanhol Eugen Fudulu e pelo brasileiro Kleber Karru em parceria com o laboratório europeu Open MS. A construção é toda baseada na nanotecnologia, sem desperdiçar qualquer tipo de material e com apenas quatro funcionários para erguê-la.
Segundo os responsáveis, as paredes possuem isolamento térmico e acústico, com espuma e fios de vidro por dentro e por fora, mantendo uma temperatura agradável dentro da casa tanto no frio quanto no calor. O material é resistente a fogo, água e cupim. Já a estrutura pode ter acabamento de acordo com a preferência do morador: azulejo, látex, textura ou grafiato.
Com foco no aproveitamento de água, ar e energia, a construção ainda tem um purificador instalado que é capaz de filtrar a água antes que ela chegue na torneira da residência, além de estrutura para teto solar e aparelho de ar, que retira todas as bactérias do ambiente. O mais surpreendente, além da estrutura de primeiro mundo, economia (cerca de 25%) e do tempo, é que a casa sustentável ainda pode resistir a tremores de 9 graus na escala Richter e a ventos de até 300 km/h.
Agora, o desafio dos desenvolvedores é firmar uma parceria com o Governo Estadual para que o projeto chegue às áreas pouco favorecidas e à população de baixa renda. Além de resolver um problema de moradia, ainda geraria empregos, pois quanto mais funcionários, mais rápida será a construção.
“Isso poderia acontecer pois o número de pessoas trabalhando aumentaria. Com equipes de trabalho, divididas por funções, fazemos uma casa por dia. Neste caso, uma equipe faria o radier (alicerce), outra montaria a estrutura e outra seria responsável pelo revestimento e acabamento final”, disse Kleber.
Outra opção
Outra alternativa em curso são containers usados pela indústria da navegação. Algumas empresas já aproveitam essas estruturas para construir stands de vendas ou até mesmo espaços para abrigar operários em uma obra. Mas, recentemente, estas caixas gigantes começaram a ser utilizadas para construir casas.
Um projeto superinteressante foi feito com seis containers. São 240 m2 de casa útil, divididos em dois andares. No primeiro, fica a cozinha americana, a sala de estar e a biblioteca. Subindo, tem o escritório e três quartos bem grandes.
O arquiteto Danilo Corbas explica que a construção de cada casa vai de acordo com a necessidade do morador. Neste caso, a escolha foi por um revestimento de madeira na lateral da casa para dar um ar mais rústico e esconder a parede de aço. Além disto, o projeto sai 25% mais barato e sustentável do que um projeto feito em alvenaria. “A grande vantagem do container está na sustentabilidade. É uma casa que eu tenho pouca água usada, areia, não tenho tijolos, e diversos outros materiais que a gente não usa neste tipo de construção”, disse Danilo.
A casa da moradora Kátia Gabardo demorou apenas cinco meses para ficar pronta. “Em um dia estava o terreno, vieram com os containers, encaixaram e no final da tarde, tinha uma casa. Os vizinhos saíram para trabalhar e quando voltaram tinha uma casa, foi superrápido”, explicou Kátia.