A arborização urbana desempenha um papel crucial na qualidade de vida das cidades, contribui para o bem-estar da população e mitiga os efeitos das mudanças climáticas. Em Itapetininga, a importância das áreas verdes se torna cada vez mais evidente, especialmente em um cenário de temperaturas extremas e poluição crescente. Contudo, a cidade enfrenta desafios persistentes na gestão de sua arborização, muitos dos quais não são novos. O engenheiro ambiental da Unesp, Vinicius Válio, aponta que seria necessário o plantio de 10 mil mudas na área urbana para melhorar a qualidade do ar.
De acordo com engenheiro ambiental, a arborização urbana é essencial para manter a umidade relativa do ar, um fator que influencia diretamente o conforto e a saúde dos moradores. “Estudos já comprovaram que as árvores ajudam na contenção de poluentes, especialmente do material particulado, e na diminuição da temperatura. Isso é particularmente relevante em épocas de mudanças climáticas e ondas de calor, quando a importância das árvores se torna extrema”, destaca o engenheiro, que tem pós-graduação também pela Unesp.
Além disso, as árvores atuam na regulação da temperatura, reduzindo as variações térmicas ao longo do dia e proporcionando um ambiente urbano mais confortável. Para uma cidade como Itapetininga, que enfrenta desafios climáticos, a presença de áreas arborizadas é fundamental para garantir um ambiente saudável e sustentável.
Apesar dos benefícios conhecidos, Itapetininga ainda enfrenta obstáculos significativos em sua arborização urbana. Segundo Válio, esses problemas não são recentes e permanecem sem soluções efetivas. “O meio ambiente sempre fica em segundo plano. Esse é um problema crônico que atravessa gestões”, afirma.
Entre os desafios mencionados, destaca-se a falta de arborização nas Marginais, onde a ausência de sombras torna inviável a prática de atividades físicas em horários de sol forte. “Nas praças, a arborização também é insuficiente. A única ação visível é a pintura dos troncos das árvores, uma prática antiquada que não contribui para o desenvolvimento adequado das áreas verdes”, critica Válio.
Além disso, ele aponta a importância de programas estaduais, como o “Município Verde Azul”, que incentivam políticas públicas voltadas para a sustentabilidade, incluindo a arborização urbana. “A adesão à programas como esse pode ajudar a cidade a desenvolver práticas mais eficientes e sustentáveis”, complementa.
Outro ponto crucial é a realização de podas adequadas. “Podas drásticas, realizadas de forma irregular, podem comprometer a saúde das árvores, abrindo caminho para doenças e aumentando o risco de quedas em caso de ventos fortes”, explica.
Para evitar problemas relacionados às raízes, que podem danificar calçadas e outras infraestruturas, Válio sugere o plantio de espécies adequadas ao espaço disponível e ao tipo de solo.
A arborização urbana em Itapetininga é um desafio que requer atenção contínua das autoridades e colaboração da comunidade. Com um planejamento adequado e a implementação de práticas sustentáveis, a cidade tem o potencial de se transformar em um exemplo de qualidade de vida e sustentabilidade, garantindo que as futuras gerações possam desfrutar de um ambiente mais verde e saudável.