*Laura Oliveira
Na última sexta-feira, dia 29 de janeiro, o Governo do Estado reverteu a decisão judicial que suspendia o retorno das aulas presenciais para o dia 8 de fevereiro. A decisão foi proferida pelo Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Geraldo Francisco Pinheiro Franco. O ano letivo da rede municipal de Itapetininga iniciou na última quarta-feira, dia 03 de fevereiro com aulas remotas onde os professores trabalharam com o acolhimento e interação com seus novos alunos utilizando os meios tecnológicos.
De acordo com a prefeitura, é muito importante que os pais atuem junto aos professores e criem uma rotina de estudos em casa diminuindo o impacto no processo ensino aprendizagem que o distanciamento social pode causar.
Ainda segundo a prefeitura, os professores entraram em contato com os alunos e pais para organizar os horários. Já quanto ao Programa Minha Escola na TV, em canal aberto de televisão, será no mesmo horário, das 11h às 11h45, mas não confirmou que dia ele volta. Também não houve nenhuma alteração na grade curricular.
Quanto às aulas presenciais a prefeitura respondeu que tudo depende da fase do Plano São Paulo que o município estiver. “Ainda não há uma data definida. A previsão é que a data seja anunciada no dia 08 de fevereiro.”
Fernanda Nascimento, mãe de dois alunos da rede municipal de ensino e um da rede estadual, disse em entrevista ao Jornal Correio que seus filhos não conseguiram aprender no ensino a distância como aprendiam no presencial. “Não gostei. Entendo que tudo ficou mais difícil em meio a pandemia, mas esse sistema de ensino oferecido pelo Estado e município não são eficazes. Percebi que em casa eles ficaram mais relaxados com os estudos, não tendo muito interesse. Mas também sou contra a volta das aulas presenciais. Meus filhos são crianças, então é difícil verificar toda hora se estão se precavendo. Elas correm o risco de serem transmissores para a família, sendo que não tem previsão de eles tomarem a vacina.”
A aluna do terceiro colegial da Etec Darcy Pereira de Moraes, Larissa de Oliveira Souza, disse que teve dificuldades com as aulas a distância, mas que também tem receio de voltar à escola por conta do transporte. “Não consegui aprender muita coisa no ano passado, pois, tenho dificuldade para me concentrar, então foi bem difícil aprender, ainda mais em matérias que já tinha dificuldade. Meu maior medo com a volta das aulas presenciais não é nem de ficar na escola, mas sim no modo como vamos nos locomover até lá. Minha escola criou um sistema muito bom para evitar o contágio, mas a maior parte dos alunos, assim como eu, depende do transporte público, onde querendo ou não há uma aglomeração e mais dificuldade de se manter tudo higienizado. Não são apenas alunos que pegam ônibus e esse é o meu maior medo.”
A professora Maria Angela Cristófani disse ao Jornal Correio que ainda não se sente segura para voltar a dar aulas presenciais, mas espera que tudo dê certo no final. “A maioria dos professores é contra a volta nesse momento, mas iremos tomar todos os cuidados para não nos contaminarmos. Tenho quase 60 anos, então ainda vai demorar um pouco para eu tomar a vacina. Não tenho nenhuma doença pré-existente, então não faço parte do grupo de risco, mas os profissionais que fazem, trabalharão em casa. Os alunos passarão por um rodízio para se evitar aglomerações. Será também medida a temperatura de todos logo na entrada, mas creio que a maioria está com receio de voltar.”
A reportagem não conseguiu localizar professores à favor do retorno com a atual situação.
Orientação escolas estaduais
A porcentagem de estudantes pode variar de acordo com a classificação das cidades no Plano SP. Se uma área estiver nas fases vermelha ou laranja do plano, as escolas da educação básica, que atendem alunos da educação infantil até o ensino médio, poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados. Na fase amarela, elas ficam autorizadas a atender até 70% dos estudantes; e, na fase verde, até 100%. Os protocolos sanitários devem ser cumpridos em todas as etapas. Professores e alunos que integrem o grupo de risco devem apresentar atestado médico e seguir com as atividades remotas.
*Sob supervisão de Carla Monteiro