Em Itapetininga, as escolas da rede pública (municipais e estaduais), não atingiram a projeção nos anos iniciais e finais do ensino fundamental no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo especialistas, a pandemia contribuiu para o resultado abaixo do esperado. A maior parte das escolas, 92%, adotou de mediação remota ou híbrida e 72,3% das escolas recorreram a reorganização curricular com priorização de habilidades ou conteúdos.
Em coletiva de imprensa, o Inep ressaltou que a divulgação é atípica, por conta da pandemia, e que é preciso ter cuidado ao comparar os resultados, tanto com os resultados obtidos em anos anteriores quanto entre escolas, municípios e estados.
O Ministério da Educação divulgou na semana passada o resultado das escolas. O índice avalia a evolução da aprendizagem com base no desempenho dos alunos em português e matemática. O Ideb é divulgado a cada dois anos.
É a 1ª vez desde 2009 que a média das escolas dos anos iniciais não alcançam a nota projetada. Nos anos iniciais, que correspondem aos alunos do 4º e 5º ano, o índice conquistado foi de 6.4, sendo que a meta era de 6.5.
Para os anos finais do ensino fundamental a projeção do Ideb era 6.0 e as escolas da rede pública atingiram a nota 5.3. Desde 2017 que a cidade não atinge a meta nas escolas públicas do ensino fundamental anos finais.
Já as escolas do ensino médio, que participaram do censo, atingiram a projeção. A meta proposta era nota 4,5 e foi exatamente a média alcançada pelas escolas públicas de Itapetininga.
Por escola
Individualmente, as três melhores notas para escolas de anos iniciais do ensino fundamentais foram: EMEIF Senhora Antônia Deoclecia de Freitas, do Gramadinho com 7.4, Escola Major Fonseca com 7.0 e EMEF Leonor Vieira Melim com 6.9.
Nas escolas dos anos finais do ensino fundamental o destaque ficou com Escola Estadual Adherbal de Paula Ferreira com a nota 6.1, Escola estadual José da conceição Holtz, do Gramadinho, com a nota 6.1 e a Escola Estadual Professora Ernesta Xavier Rabelo Orsi com 6.0.
No Ensino Médio, a Escola Peixoto Gomide alcançou a nota 4.7 e a Escola Estadual Bernardes Junior Desembargador e a Etec.
Análise
Em meio à pandemia, com escolas fechadas e ensino remoto, o Brasil registrou piora no aprendizado de estudantes em todos os níveis avaliados. A etapa que sofreu o maior impacto foi a da alfabetização, medida no 2º ano do ensino fundamental. Os resultados são do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Aplicado a cada dois anos, desde 1990, o Saeb é a principal avaliação nacional de aprendizagem. Nele, estudantes do 2º, do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio resolvem questões de língua portuguesa e matemática. Alguns estudantes do 9º ano respondem ainda a questões de ciências humanas e ciências da natureza. Ao todo, 5,3 milhões de estudantes foram avaliados em 2021.
“A realização dessa edição de 2021 foi um grande desafio com muito trabalho e esforço conjunto de União, estados e municípios. A aplicação foi exitosa”, avalia o ministro da Educação, Victor Godoy, que destaca que avaliação foi feita entre 8 de novembro e 10 de dezembro do ano passado, quando nem todas as escolas haviam retomado o ensino presencial.
A pandemia levou ao fechamento de escolas em todo o país. A maior parte das escolas, 92%, adotou de mediação remota ou híbrida e 72,3% das escolas recorreram a reorganização curricular com priorização de habilidades ou conteúdos. Ou seja, os estudantes do país, mesmo cursando o mesmo ano escolar, não aprenderam necessariamente os mesmos conteúdos e, por isso, não é possível saber se tinham ou não aprendido o que foi cobrado no momento da avaliação.
Para a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, os resultados são importantes para medir o impacto da pandemia na educação, mas precisam ser bem contextualizados. “Eu entendo que realização do Saeb no final do ano passado foi importante no sentido de produzir subsídios para estados e municípios, que são os atores mais diretamente afetados, no entanto, eu me reservo o direito de dizer que eu considero o Saeb 2021 um Saeb importante para nós vermos os danos da pandemia e para podermos enfrentar esses desafios. Eu entendo que a comparabilidade dos resultados não deve ser feita esse ano”, diz.