No dia 09 de julho é comemorado em todo o Estado de São Paulo o inicio do movimento armado chamado Revolução Constitucionalista de 1932. Itapetininga teve uma importante participação por geograficamente estar em uma posição estratégica e por ter prédios públicos e privados ser uma das principais sedes do exército paulista.
Para o professor Jefferson Biajone a revolução foi o maior movimento cívico da história do Estado de São Paulo. “Foi a luta pelo fim do governo provisório de Getúlio Vargas e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte”.
Biajone relata que na revolução de 1930 Getúlio Vargas depôs ao presidente da República Washington Luís e impediu que o itapetiningano Dr. Júlio Prestes de Albuquerque, presidente eleito do Brasil em 1930, assumisse a Presidência da República.
“Apesar de não ter conseguido derrubar o governo provisório de Vargas com a luta armada ocorrida na revolução, São Paulo foi vitorioso no campo das ideias, pois conseguiu a Assembleia Constituinte em 1934, propiciando uma nova Constituição para o Brasil”, explica o historiador.
Com o apoio da elite cafeeira da Revolução de 1932, o Estado de São Paulo foi territorialmente dividido em três setores para fins militares. Os setores Norte, Leste e Sul.
“Itapetininga foi o Quartel General do Exército do Setor Sul, dada sua posição estratégica de acesso à capital São Paulo pelo eixo Itararé, Itapeva, Capão Bonito, Buri e São Miguel Arcanjo. Nossa cidade, portanto, foi sede de quartel general das tropas combatentes”, descreve Biajone.
“De todos estes combates regionais, o maior deles ocorreu em Buri entre os dias 25 e 26 de julho de 1932. O mais sangrento em Capão Bonito, que foi o Combate do Cerrado entre 16 e 19 de setembro e o último combate aconteceu no bairro de Taquaral Abaixo, em Capão Bonito de 30 de setembro a 2 de outubro”, conta o professor.
Prédios históricos cedidos ao exército
Itapetininga serviu de base de apoio com hospitais de campanha no Colégio Imaculada Conceição e Clube Venâncio Ayres. Como enfermarias na Loja Maçônica Firmeza e no antigo ‘Ginasinho’. Paióis de munição e reservas de armamentos estiveram no Clube Recreativo de Itapetininga e no DER. Já a escola Peixoto Gomide abrigou suprimentos, armamentos, combustível, fardamentos, além de ser enfermaria.
“A Peixoto Gomide, inclusive, foi sede do Quartel General do Exército Constitucionalista do Setor Sul, onde todas as operações militares nos vários combates ocorridos no setor foram idealizadas a comando do Cel Brazilio Taborda, militar do Exército Brasileiro”, acrescentou.
Os exércitos constitucionalistas dos setores Norte e Leste, o do Sul em Itapetininga era composto por militares da Força Pública Paulista (Atual Polícia Militar do Estado de São Paulo), militares do Exército Brasileiro e, na sua maior parte, por voluntários civis, que em nossa cidade e em todo o estado, foram cidadãos das mais variadas faixas etárias e segmentos sociais.