*Juliana Cirila
O escritor itapetiningano Ismael Tavernaro Filho, de 33 anos, começou a escrever desde muito novo, a facilidade para escrever histórias e poemas e também contar “causos” veio na primeira infância, no começo da pré-escola. Apesar da facilidade em escrever, sempre se considerou péssimo em concordância verbal e em ortografia. Com o incentivo da família, ler e escrever se tornou um hábito.
“Outro fator fundamental foi Edson de Abreu Souza, o Poeta de Monte Santo, ele era meu vizinho literalmente, então até a a morte dele eu cresci ouvindo seus poemas, seus contos. A semente foi plantada no meu inconsciente e depois floresceu de alguma maneira”, relembrou Ismael.
Após uma peregrinação na cidade de Machu Picchu, no Peru, o escritor conviveu com o Matias do Diabo o que ele considera ter sido um divisor de águas. Ao chegar no Brasil decidiu colocar todo o ensinamento, contos e lendas em um livro, iniciando sua carreira como escritor.
Para o lançamento do seu livro foi necessário a realizações de vaquinhas e ajuda das pessoas próximas, o que fez com que ele tivesse um questionamento sobre como ia ser com os próximos livros.
“Nem sempre poderia contar com a ajuda das pessoas, então comecei a estudar profundamente os serviços de gráfica para ver como funciona, valores, mecanismo, formalidade es burocracia. Foi então que percebi que conseguia fazer exatamente a mesma coisa com preço extremamente reduzido. Conheci pessoas que fazem um trabalho excelente como as grandes editoras e juntos formamos uma família que está há quatro anos no mercado editorial”.
A editora surgiu justamente para dar a oportunidade para que todos publicassem seus livros. “De uns dois anos para cá publicamos em média 30 livros por mês, mas na pandemia foi onde as publicações aumentaram. Eu nunca vi uma quantidade tão grande de escritores buscando meios de publicar o que tá o que estava sentindo”, comentou Filho.
Sobre o fim do livro impresso, o escritor enfatiza que acredita que não vai acontecer. “Conforme a tecnologia vai avançando as pessoas estão buscando mais o livro e-book, nesses aparelhos Kindle em PDF. No meu convívio aqui eu acredito que o livro físico não morre porque tem um valor sentimental e esse tipo de coisa, essa moeda não tem preço. É aquele negócio de cheirar o livro, claro que vai existir a concorrência, mas sair fora do mercado devido a esse valor sentimental eu acredito que não sai”.
Ele tem nove livros publicados, passando por infantil, fantasia, espiritualidade e poesia. E um deles chamado “Antologia poeta marginal 1 e 2” o escritor relata em forma de poesia sua infância no bairro da Vila Arruda em Itapetininga.
E após desistir do curso de Filosofia e parar de tentar entender o porquê existimos, Ismael escreveu um texto sobre isso chamado “O não sentido existencial da existência” que foi condecorado na Academia de Artes Cênicas e Letras no Rio de Janeiro.
*Sob supervisão de Carla Monteiro