Juliana Cirila
O mundo vive a mais de um ano a pandemia do novo coranavírus, mas o que se sabe da doença ainda é um mistério, a cada momento a ciência que segue estudando o vírus descobre uma coisa nova. Idosos e pessoas que tem pressão alta e asma estão entre o grupo de risco, como mais vulneráveis a doença. Porém e as mulheres grávidas? o que se sabe sobre os riscos do coranavírus na gestação e no parto?
A médica ginecologista Areana Diogo Nascimento Mendonça falou que o risco para a gestante ao contrair a Covid é que pode evoluir para a fase mais grave da doença. “Se tivermos com duas mulheres da mesma idade infectadas e uma delas estar grávida, a chance de a gestante evoluir ao vírus para a fase mais grave é grande a gestantes têm mais chance de precisar de internação em UTI”.
Mendonça ainda contou que no Brasil a maioria das gestantes com Covid, tem entre 20 e 29 anos; mora na região sudeste; está nos últimos três meses de gestação.
Sobre os recém-nascido a ginecologista relata que existe alguns casos de transmissão da mãe para o bebê, mas não é confirmado. “Nos preocupamos mais com a transmissão após o parto, em termos de transmissão não existe evidência concreta para isso, mas uma gestante fica grave com Covid, ela vai ter mais chance de ter um parto prematuro por conta da doença respiratória”.
A médica ainda fez recomendações para as gestantes nesse período de pandemia. “Quem tem obesidade, asma, pressão alta, doenças crônicas e diabetes tem um risco maior de ter a forma grave da Covid, então precisa ter um cuidado redobrado. Outra questão é que a pandemia não acabou, temos que entender que o ideal é o isolamento, não é hora de chá revelação, não é hora de chá de bebê, não é hora de fazer festa para gestante, muito menos charreata, porque não devemos esquecer que é um monte de gente pegando nos pacotes de fralda para passar para os pais”.
Mendonça ainda falou que é muito complicado pedir para as mulheres esperarem passar a pandemia para engravidar, porque o tempo não espera. “Para as mulheres que são jovens, principalmente antes dos trintas anos que não tem o diagnóstico de infertilidade não há problema em esperar, porém o tempo é inimigo da fertilidade, então para aquelas mulheres que tem diagnostico de infertilidade ou que estão acima dos 35 anos esperar pode diminuir a chance de engravidar”.
A médica ainda falou que não é porque a gestante contraiu o vírus que ela vai adiantar ou parto ou ter complicações. “O que determina que o bebê vai nascer antes é a condição da mãe, logico que se a mãe tem covid e evolui de maneira grave o bebê vai ter que nascer antes, embora a gente saiba que tem a chance maior da mãe e do bebê evoluírem bem, a gente tem que saber que se a mãe ficar grave vai trazer prejuízo para o bebê”.
Para as mães e os recém-nascidos a médica contou que ainda os estudos são recentes, mas mostram que os anticorpos da mãe podem passar para o recém-nascido e proteger o bebê. “As mães estão com Covid, podem amamentar normalmente os bebês, não tem que separar o bebê da mãe, mas é sempre recomendável fazer as higienizações necessárias e usar a máscara”.
Sobre as vacinas e gestação a médica relembrou que temos duas vacinas que estão em uso emergencial no Brasil. “Tanto a vacina do Butantã, quanto da Fiocruz, até agora não têm nenhum estudo especifico com gestante, porém a recomendação é que sempre seja uma decisão compartilhada entre o médico e a gestante, ela decidindo que quer ser vacinada, ela pode e deve ser vacinada”.
Ainda sobre a vacina a Mendonça contou que a vacina do Butantã, utiliza uma tecnologia de vírus inativado. “É a mesma tecnologia da vacina do tétano, da hepatite, da gripe, que são vacinas que já são utilizadas na gestação, não há porque a gente achar que essas vacinas vão prejudicar as grávidas, as gestantes profissionais de saúde que quiserem se vacinar elas podem se vacinar”.
*Sob Supervisão Carla Monteiro