Juliana Cirila
Após duas derrotas, o Vôlei Itapetininga caiu para sexto lugar na tabela da Superliga. Em sua terceira partida longe de casa, o time de Itapetininga se preparava para enfrentar o time de Ribeirão Preto. O jogo seria neste sábado no Ginásio Cava do Bosque. Mas, no manhã desta sexta-feira, dia 04, o jogo foi cancelado porque alguns atletas do Vôlei Ribeirão testaram positivo para o coronavírus. A nova data para partida foi remarcada para o dia 16.
O Jornal Correio conversou com alguns atletas que contaram um pouco da trajetória de cada um até chegar na Superliga de Voleibol masculino.
Vítor Baesso, 22 anos, ponteiro do time lembra que teve que sair de casa aos 13 anos atrás de um sonho de ser jogador de voleibol profissional. “Graças a Deus deu certo, nesse tempo eu já fui campeão brasileiro cinco vezes, tri-campeão paulista nas categorias de base, bi -campeão da copa São Paulo adulto.”
Para Baesso a maior dificuldade antes era a saudade. “Com o tempo eu fui me acostumando a viver longe de casa, com a rotina de treinos, com os jogos e viagens . Isso acaba exigindo muito de nós e o cansaço está sempre presente, mas é muito bom fazer o que se ama que é jogar voleibol no mais alto nível e poder viver disso.”
O jovem atleta sonha em conquistar uma vaga na Seleção Brasileira e conquistar muitos títulos na vida profissional, já na vida pessoal sonha em constituir uma família e estar ao lado de quem ama.
O levantador Eduardo Carísio, 25 anos jogou dos 15 aos 22 em um time de Minas, depois teve uma passagem no ano passado pelo Taubaté e chegou neste ano para ajudar a equipe de Itapetininga. Foi campeão sul-americano sub 23, vice-campeão copa pan-americana, 3º lugar no Pan de Lima, Campeão Sul-americano adulto, Campeão Supercopa 2019, 3º lugar sul-americano de Clubes.
Um dos momentos mais difíceis da sua carreira, segundo ele, foi quando sofreu uma lesão no pé em 2013, após uma pia cair e cortar o tendão tibial, um momento difícil agravado com a saudade de casa.
Para o levantador seu maior sonho pessoal é construir uma família e estar sempre presente na vida de seus familiares. Já na vida profissional seu maior sonho é ser campeão olímpico e ver na Superliga uma oportunidade de aprender com quem já participou de uma Olimpíada.
“A Superliga é a elite do nosso vôlei no Brasil, além de ser um campeonato que exige o máximo todos os dias nos treinos e jogos, a quantidade de jogos é bastante desgastante fisicamente. A maioria dos jogadores são de primeiro escalão, os campeões olímpicos em 2016 no rio estão no nosso campeonato, sendo uma oportunidade de poder jogar contra e usá-los como referência pra subir o nosso nível e alcançar nossos sonhos”, contou Carísio.
O levantador Matheus Winck, de 22 anos, tem um filho de dois anos e conta que a maior dificuldade é estar longe da presença dele no dia-a-dia junto com os familiares e amigos que ficaram no Rio Grande do Sul. Como profissional seu maior sonho é fazer parte da equipe adulta e ganhar um titulo estando em quadra.
Sobre a Superliga, Winck contou que a maior dificuldade é encarar todos os times de igual para igual. “Superliga tá entre as melhores ligas do mundo. Sendo assim a gente tem as presenças de alguns dos melhores jogadores na atualidade, então manter o alto rendimento enfrentando atletas de seleção certamente é bem difícil. E a vantagem acho que não escapa muito disso, já que temos as melhores referências para o vôlei e o crescimento profissional, estamos sendo muito bem preparados.”
O ponteiro Adriano Fernandes, com apenas 18 anos fez sua estreia na Superliga A pelo time de Itapetininga. “Comecei na escola na minha cidade Ituiutaba MG, jogava apenas campeonatos pela cidade, até em que em um Campeonato chamado JEMG ( Jogos Escolares de Minas Gerais), onde meu time foi campeão, fui chamado pelos técnicos William e Geraldo para treinar e jogar com eles em outra cidade na região metropolitana de Belo Horizonte chamada Mateus Leme”.
Para Fernandes não importa a idade é sempre difícil ficar longe de casa. “Perdemos alguns aniversários de parentes importantes, sentimos muita saudade, temos que abrir mão de algumas coisas pelo vôlei, mas vale a pena pois sabemos que esse é nosso sonho e que jogar é nossa paixão então há alguns sacrifícios, mas é tudo questão de momento”.
Estar na Superliga é um sonho que se tornou realidade, contou o atleta. “Existem alguns times com um investimento maior, com atletas com mais experiência e isso é só uma vantagem, jogar contra eles no mesmo nível e querer ganhar deles, jogar de igual para igual é um sinal que você quer mais e se perder tudo bem é com a derrota que se aprende (lógico que ninguém gosta de perder), mas na minha visão, tudo é muito novo então são várias vantagens para mim, eu só tenho à ganhar com tudo.”
*Sob supervisão de Carla Monteiro