Nos mais de 70 anos da Associação Atlética de Itapetininga, a conhecida Veterana, aproximadamente 30 anos foram vividos por Acácio Campos, hoje com 87 anos e sempre lembrando dos dias gloriosos em que defendia a agremiação. Em sua residência, na rua Bernardino de Campos, com sua inseparável esposa Zilda Evangelista de Souza, Acácio, o goleiro da Veterana, embora aparentando porte atlético e saudável, está tomado pelo glaucoma, que o impede de enxergar, obrigando-o a frequentar constantemente consultório de médicos oftalmologistas. A esperança, diz sua esposa, “é muito grande de recuperar a vista e poder enxergar novamente”.
Enquanto procura os recursos necessários, Acácio fala de sua vida como futebolista. Esporte que começou a gostar desde pequeno, jogando no campinho em frente ao estádio da Associação, isso na década de 30. E logo depois, após a inauguração do campo da Veterana, em 1931, o velho Acácio tomou conta do “Arco”, como se denominava na época o gol, naquele campo de terra e “onde se precisava ser de fato vigoroso para jogar”.
Soldado do Exército, servindo no 5º Batalhão de Caçadores, também praticava o futebol, chegando inclusive a jogar com o sargento “Cambuí”, exímio futebolista que também prestava serviço militar na mesma unidade, provindo do Rio de Janeiro e de extraordinária mobilidade em campo, segundo o saudoso Armando Reis, que também participava dos jogos nesta cidade.
Esteve sempre ao lado de craques de grande envergadura como Feijão, Cauchioli, Cardoso, Hermano, Camarguinho, Eleuzes, Osmair, Duiá, Malatesta, Jacinto, Ferreirinha, Flávio Monteiro e outros que “honraram e deram o sangue pelo clube, elevando o nome de Itapetininga, assegura Manoel da Carvalho Leitão, hoje aposentado e torcedor incondicional daquele famoso esquadrão.
Acácio, em tom nostálgico, também se recorda das grandes partidas realizadas no “campo de terra”, quando as várias centenas de torcedores vibravam com os lances dos jogos, principalmente contra o Banespa da Capital, a Avarense, a Associação Atlética de Botucatu, Assisense, os esquadrões de Votorantim, do Fortaleza, do Savóia, todos de Sorocaba e muitos clubes de categorias qualificadas.
Ele cita com emoção desmedida quando prestava serviços à comunidade, retirando corpos que se encontravam nos rios da cidade ou de outras localidades da região, “apenas por solidariedade, porque na época não havia Corpo de Bombeiros”. Jamais negou pedido de ajuda e auxiliar o próximo sempre foi seu desejo.
Filho desta terra, estudou no 1º Grupo Escolar, atual “Aderbal de Paula Ferreira”, e com colegas, entre outros, destaca o filósofo falecido Jacob Bazarian e Murilo Antunes Alves, com quem brincava muito na hora do recreio. “Sempre teve por eles profunda admiração, pois constituíram-se em pessoas brilhantes”, confessa.
Aposentado, agora com sete filhos, dez netos e dois bisnetos, Acácio deseja apenas “tornar a ver a vida e a beleza que nos cerca”.
Sua vontade, e isso ele faz questão de afirmar, é contemplar uma Itapetininga melhor, com saúde e muito emprego para todos e a volta da velha Associação – patrimônio da cidade – para brilhar novamente no cenário futebolístico do Estado de São Paulo.
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