O presidente Luis Inácio Lula da Silva estuda o reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Em Itapetininga, os aposentados se dividem sobre qual será a decisão do presidente. Para ex-contador Orlando Ianovalli, é um ano para reivindicar a reposição salarial. “Vai ser aprovado. Melhor, já foi aprovado. É um ano eleitoral”, avalia.
Segundo o aposentado, o principal receio de vetar o reajuste é prejudicar a sua pré-candidata Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. Para Orlando, o reajuste “não representa muito, mas já é alguma coisa para os aposentados. Atualmente, o Brasil tem 8,3 milhões de aposentados que ganham acima de um salário mínimo. O Fator Previdenciário, que foi derrubado pelo Congresso Nacional, a equipe econômica e o presidente já decidiram que irão vetar a emenda que o extinguiu.
O ex-comerciante Eugênio Carlos de Oliveira possui dúvidas se o aumento será repassado. “Somente depois de sair é que eu irei acreditar”, disse ao lado da esposa que também mostrou ceticismo. “Eu também tenho dúvidas”, avisou a esposa. Em sua avaliação, o governo federal possui recursos para atender os aposentados. “É esperar para ver”, contou.
Lula não quer arcar com o ônus político de um veto duplo no fim de seu mandato e num ano eleitoral. Uma das propostas apresentadas é o pagamento de um abono de 6,14% sobre as aposentadorias e pensões acima de um mínimo. Na prática, esse grupo já recebe o valor corrigido desde janeiro.
Lula resiste em optar pelo abono, que não é incorporado ao benefício. Ele mandou os técnicos fazerem novos cálculos. “A pressão está grande, mas ele ainda não bateu o martelo. Não quer vetar o reajuste e acha que ainda pode encontrar uma solução”, disse um auxiliar do presidente ao jornal Estado de São Paulo.
Pelos cálculos apresentados a Lula, a diferença entre o reajuste de 6,14% e os 7,72% aprovados pelo Congresso provocaria um impacto anual no Orçamento de R$ 1,5 bilhão. “Nós até aceitamos o veto sobre o fim do fator previdenciário, criado para desestimular as aposentadorias precoces, mas vamos pedir ao presidente que conceda o reajuste”, afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que comanda a Força Sindical. “Um abono é muito pouco, tão pequeno que parece até uma esmola para os aposentados.”
Sem querer mexer nesse vespeiro, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse que Lula é um homem “com muita sensibilidade” e admitiu que há defasagem na correção das aposentadorias acima de um mínimo desde outros governos. Ex-ministra da Casa Civil, Dilma ressalvou, no entanto, que o presidente tomará a decisão sem comprometer o equilíbrio das contas públicas. Lula já sabe que o corte do reajuste será explorado pelo pré-candidato do PSDB, José Serra, e pode respingar na campanha de Dilma.
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