-Pedro Novaes – O risco de sofrermos um assalto é diário.
Parece incrível, mas nosso temor diz respeito a eventual mau humor do assaltante. Pela aparência externa da residência, o meliante julgará estar entrando na casa de algum magnata, ecologista pela presença de mato e capim, ocultando flores.
Será difícil explicar ao assaltante que na residência não existem dólares, cofre e jóias. O máximo que poderá levar são celulares sem crédito e uma ou outra bijuteria.
Se abrir a gaveta com comprovantes de pagamento de impostos, julgará que alguém já passou pelo imóvel, recolhendo economias. Se quiser empreender fuga no veículo da família, desistirá no primeiro quarteirão.
Os cães não atacarão, se o ladrão estiver bem vestido. Um deles, Pastor Alemão, é especializado em recepcionar qualquer crítico dos artigos, e o outro, Labrador, é especialista em comer, dormir e brincar.
Se tiver sorte, chegará no dia do pão de queijo, e poderá ainda comer (pouco) chocolate amargo, queijos e suco integral de uva. O que economizamos em supérfluos gastamos na geladeira.
Livros, revistas e recortes de jornais não interessarão, e os eletrônicos são difíceis de levar. A televisão tem meio metro de largura, e é pesadíssima, o mesmo ocorrendo com os computadores.
O ladrão, com certeza, desconfiará de uma vidinha tão simples, e acabará insistindo nas fortunas da família. Se tivermos tempo de tirar os sapatos, e expor os dedos saindo fora das meias, estará solucionado o mal entendido.
Não temos quadros famosos, nem moedas de ouro do império. O papel moeda é pouco, o suficiente para uma ou outra visita ao supermercado.
Assaltar residências não é tarefa impossível. Em cento e dez por cento das casas, a porta da cozinha permanece destrancada ou entreaberta.
A ocasião mais crítica diz respeito à entrada e saída de veículos, e ao fato de bandidos já possuirem feições de mocinhos. O maior chamariz ainda é a ostentação.
A intimidade das casas, em hábitos e valores, acaba conhecida por prestadores de serviço, inclusive de residências vizinhas. Os ladrões escolhem hora e lugar, e existem poucas fortalezas urbanas.
O perigo não é sermos roubados, mas não convencer o ladrão que entrou na casa errada.
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