Em América, da Globo, Islene, a personagem vivida pela atriz Paula Burlamaqui, sofreu poucas e boas nas mãos da ex-sogra, Diva, interpretada por Neuza Borges. Antes que a sogra conseguisse separá-la de Feitosa (Aílton Graça) ao plantar uma suposta prova de traição, Islene agüentou a perseguição feroz de Diva.
Os personagens da novela de Glória Perez levaram para a ficção o “drama” de noras da vida real. São vários os casos de mulheres que passam por episódios semelhantes no dia-a-dia. Vítimas de sogras “problemáticas”, elas encontraram na mãe de seus parceiros seus piores algozes.
É o caso da empresária Vivian, 32 anos. Casada há quatro anos com David, 26 anos, ela tem vivido o carma de uma convivência pouco amistosa com a mãe dele, Miriam, 47 anos.
“No começo ela foi bem simpática, mostrou-se ´legal´ porque não sabia que estávamos juntos. Como o David tinha medo de ela não me aceitar, acabou me introduzindo como amiga”, conta ela. O fim do bom relacionamento com a sogra se deu quando o namoro tornou-se público. Foi aí que o “inferno” começou.
“Ela passou a dizer a três ventos que o filho dela era bom demais para mim. E justificava a opinião dizendo que eu tinha vindo de uma família sem status e sem dinheiro”, explica Vivian, que recebeu até uma proposta da sogra para sair de vez da vida do filho. Miriam chegou a oferecer para nora uma passagem só de ida para Londres. “Como não aceitei, ela começou a pegar pesado. E declarou guerra abertamente contra mim. Faltou ao nosso casamento e chegou a insinuar para o meu marido que meu irmão adotivo era meu filho”, relata.
No meio do fogo-cruzado, sobrou até para David, que não sabia como se posicionar diante da guerra iniciada pela mãe. Sem querer magoá-la, disse à mulher que devia dançar conforme a música para que o relacionamento sobrevivesse a toda essa pressão. “Ele teve estresse e problemas relacionados à pressão alta. Não se conformava porque a mãe fazia de tudo para impedir nosso casamento.”
O episódio de Vivian revela um caso extremo de relacionamento mal sucedido entre nora e sogra. Mas o que acontece quando o clima de pé-de-guerra fica camuflado em atitudes menos perceptíveis para quem está de fora?
“Quando não há histórico de atitudes extremas tomadas por nenhuma das partes fica mais difícil perceber quem tem razão”, opina Elson Mota, psiquiatra do Núcleo de Medicina do Comportamento (Napades-RJ). O especialista acredita que as causas das queixas mais recorrentes de noras contra sogras – como a intromissão na vida do casal e as pequenas fofocas – são bem mais nocivas para o relacionamento a dois do que “grandes planos” engendrados por sogras “maquiavélicas”. Isso porque a linha que separa, por exemplo, um comentário propositadamente atravessado – típico de sogras “problemáticas” – de uma interpretação viciada pelo “mote da perseguição” – típico de noras “neuróticas” – é bastante tênue.
Em outras palavras, significa que uma sogra pode reclamar que o filho está “mais magrinho” com ou sem a intenção de sugerir que a nora cozinhe mal. São situações completamente diferentes entre si, mas que exigem das partes interessadas – o filho e a nora – a mesma resposta: de preferência, diplomática. “Nesse exemplo, a nora deve demonstrar compreensão com a preocupação da sogra. Isso, porém, não quer dizer que ela deva ceder aos apelos – aliás, não é nem recomendado. O ideal seria a nora reforçar que entende a posição da sogra, mas que é importante que o casal tenha autonomia para decidir o que é melhor para ele”, diz Mota.
Seria essa a tática dos “panos quentes”? Mota não usa exatamente esse termo, mas acredita que dá para evitar atritos com a sogra se pelo menos uma das partes baixar a guarda no relacionamento. A idéia é tentar manter uma relação amistosa, ainda que sogra e nora discordem em vários pontos. A opinião é compartilhada pela escritora Eden Unger Bowditch e pela psicóloga Aviva Samet, autoras do livro Nora e Sogra – O Desafio do Relacionamento (Editora M. Books). No livro, elas defendem que “desenvolver um relacionamento respeitoso, ou até mesmo cordial, com uma outra mulher pode ser um dos desafios mais exaustivos enfrentados por qualquer mulher. Mas por outro lado, há também potencial para um amor inesperado, uma troca de generosidade, sabedoria e apoio”.
“O que a nora tem que entender também é que a mãe do seu companheiro também só quer o bem dele. Colocar-se na posição da outra pessoa é uma ´dica´ para perceber se você não está errando a mão na defensiva”, revela.
Uma boa nora jamais…
*Esquece que, um dia, também será sogra;
*Esquece de elogiar os pratos da sogra;
*Fala mal da mãe do marido;
*Esquece o aniversário da sogra e de lhe comprar um presente;
*Tenta demover o marido
de ir a casa da mãe
*Recusa pedir a sogra a receita do prato preferido do marido;
*Faz queixas do marido à sogra;
*Recusa deixar os filhos em casa da avó paterna.
Uma boa sogra não
* Contraria a nora por
tudo e/ou por nada;
* Critica a nora
em frente ao filho;
* Aparece na casa do filho sem avisar e sem ser convidada;
* Tem as chaves
da casa do filho;
* Esquece de que
também já foi nora;
* Interfere numa discussão entre o filho e a mulher;
* Dá conselhos
sem que peçam;
* Pergunta ao filho se ele tem saudades da comida da mãe;
* Elogia as ex-namoradas
do filho em frente à nora;
* Se mostra indisponível
para tomar conta dos netos;
* Dá palpites sobre a educação dos netos.
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