-Orestes Carossi Filho – Um trágico acidente na rodovia Raposo Tavares causou a morte do motorista Valdinei Roberto, 43 anos, nesta quinta-feira, dia 1º. Duas carretas colidiram de frente na entrada do bairro Tatetu, em Alambari, às 16h10. Segundo testemunhas, o caminhão que transportava cerca de 25 toneladas de bobinas de fios elétricos, dirigido pela Valdinei tentou ultrapassar um veículo, mas bateu de frente contra uma carreta com areia. Valdinei teve morte instantânea. O outro motorista, Valdomiro Oliveira, não ficou machucado.
Com o acidente, 12 quilômetros da rodovia Raposo Tavares ficaram interrompidos. Cerca de 30 pessoas da concessionária que administra a rodovia, serviços de emergência e Polícia Rodoviária trabalharam por aproximadamente quatro horas para liberar a pista. O trânsito foi desviado para a estrada municipal Roberto Pelegrini, que liga Alambari a Itapetininga.
A carreta da vítima fatal, placas HSJ 4759, de Campo Grande, que trafegava sentido Sorocaba a Itapetininga tentou ultrapassar um veículo próximo ao bairro do Tatetu. No mesmo momento, em sentido contrário, entrava na pista a carreta Mercedes Benz, placas CLJ 9825, Capela do Alto, que acessou a pista após passar pela rotatória do bairro.
No local é proibida a ultrapassagem, já que o trecho é demarcado com faixa contínua. Valdinei tentou frear, mas não conseguiu impedir o choque. A sua cabine ficou retorcida. No chão a marca do freio se prolongou por quase 30 metros. Segundo motoristas que acompanharam a remoção, o peso da carga impede que a frenagem seja feita a tempo de evitar a colisão.
O tenente da Polícia Rodoviária, Nelson Modesto, informou que será apurado o caso. “(Vamos verificar) se ele cochilou ou se tentou ultrapassar”, afirmou. Segundo ainda o tenente, nos últimos meses foram registradas sete mortes no trecho. “É um local perigoso. Os dois motoristas poderiam ter morrido.” Para o tenente, a imprudência reforça as estatísticas de morte na estrada.
Duplicação
Um aglomerado de pessoas do bairro acompanhava de longe o trabalho de retirada da remoção. “Falta duplicar”, disse um. “Se a pista fosse duplicada não aconteceria tanta coisa assim por aqui”, completava outro. “Paga-se um pedágio tão caro e não tem a duplicação”, reclamava o morador diante do acidente que se repete no trecho.
No ranking de acidentes da Secretaria Estadual de Transportes, a Raposo Tavares ocupa o terceiro lugar. O trecho de Araçoiaba da Serra a Itapetininga o número de acidentes com vítimas fatais aumentou. Em 2009 e 2010, nove pessoas morreram. Em 2011, foram quinze mortes. Neste ano, já foram registradas duas mortes.